A senadora Margareth Buzetti (PSD) afirma que não se considera feminista, apesar de liderar iniciativas legislativas que fortalecem a proteção às mulheres. Entre seus projetos, está o Pacote Antifeminicídio, sancionado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que endurece as penas para crimes de feminicídio e outras formas de violência contra mulheres.
ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM A SENADORA MARGARETH BUZETTI:
O projeto eleva a pena mínima para feminicídio de 12 para 40 anos de reclusão e prevê punições mais severas para crimes como lesão corporal e agressão contra mulheres. Além disso, estabelece medidas adicionais, como a vedação de visita íntima para presos por violência doméstica, o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica para os beneficiados por regimes de progressão, e a perda de cargos públicos para os condenados.
Segundo Margareth, o pacote foi apresentado em 2022 em resposta ao aumento de feminicídios no país, com Mato Grosso figurando entre os estados com índices mais preocupantes. “Eu falo que é um direito da mulher. Porque eu nunca fui machista. Eu vejo muitas mulheres machistas, educando filhos de forma desigual, e isso perpetua comportamentos que precisamos combater”, afirmou a senadora em entrevista ao PodOlhar.
Projetos com impacto direto
Entre as mudanças propostas pelo Pacote Antifeminicídio, o projeto prevê o aumento da pena para lesão corporal praticada contra mulheres, passando de três meses a três anos para dois a cinco anos de reclusão. A pena para agressão simples (vias de fato), que atualmente vai de 15 dias a três meses, também será elevada para o mesmo intervalo, caso a vítima seja mulher.
Outra inovação importante é a proibição de nomeação para cargos públicos de condenados por crimes contra mulheres até o cumprimento integral da pena.
Margareth ressaltou a necessidade de propor medidas legislativas que realmente impactem a sociedade, criticando o que chamou de “projetos que só incomodam”. Para ela, leis precisam ser efetivas e pragmáticas. “A mulher não tem que ficar fazendo coisinha. É preciso fazer projetos que realmente cheguem e façam uma diferença.”
Rejeição ao rótulo de feminista
Apesar de seu trabalho em defesa das mulheres, Margareth se distancia de movimentos feministas e afirma que prefere buscar equilíbrio e igualdade sem antagonismos. Durante a entrevista, relembrou sua atuação em debates sobre a equiparação salarial entre homens e mulheres, um tema que gerou controvérsias no Congresso.
“Quando foi votado o projeto da lei salarial entre homens e mulheres, eu vi um problema. Isso poderia nos eliminar do mercado de trabalho amanhã. Então, sim, eu tive que me voltar contra algumas mulheres, porque havia um erro que precisava ser ajustado”, disse.
Perspectiva familiar e pessoal
A senadora também falou sobre como lidou com questões de gênero em sua família. Casada com um italiano, que descreveu como “machista”, ela destacou que conseguiu construir um ambiente mais igualitário em sua casa. “Ele não teve muita chance. Foi obrigado a não ser machista, porque a vida fica melhor, mais justa e com mais dignidade quando existe igualdade”, concluiu.
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