Os seis alvos de mandados de prisão da Polícia Civil por atirarem na casa do advogado Marcos Mendes e uma empresa agrícola, em Lucas do Rio Verde (334 km de Cuiabá), foram identificados. Eles foram alvos da operação Contra Impetum, deflagrada na quinta-feira (16).
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Tratam-se de Tallisson Santos de Sousa, vulgo Branquilin ou Mano Filho, líder do CV na região, Leonardo Dias Araújo, vulgo Gibi, Leo, Leopardo ou Murilo, Fabrício Henrique da Silva Pereira, Pedro Lucas Lima Silva, vulgo Boca ou Maresia, Mateus Amorim Rodrigues e Alex Marcelino Pinto, vulgo Patrão Rico.
Informações apontam que apenas Mateus foi preso pela Polícia Civil e os demais estão sendo procurados pelas forças de segurança. O primeiro ataque ocorreu no dia 1° de novembro, contra a sede de uma empresa agrícola. O segundo foi registrado na noite de 2 de novembro, contra o escritório do advogado. No dia seguinte, a residência do profissional foi também alvo de disparos de arma de fogo.
As investigações apontaram que os ataques foram ordenados por dois integrantes de uma facção, identificados no inquérito policial, e executados por cinco outros criminosos ligados ao grupo. Um dos líderes da facção chegou a enviar mensagens ao advogado dizendo que o profissional teria que "devolver" um veículo, recebido como pagamento de honorários. O empresário também recebeu ameaças por mensagens.
As diligências identificaram os autores dos ataques, sendo um deles preso no decorrer da investigação. Conforme a apuração, os executores afirmaram que o ataque ao escritório era "pra dar um susto no advogado", pois o profissional estaria, supostamente, dando golpe em clientes. A Polícia Civil também identificou a outra dupla que fez os disparos que atingiram a casa do advogado.
Em relação ao ataque à empresa agrícola, a investigação apurou que os disparos foram ordenados por duas pessoas contra quem o empresário havia ajuizado uma ação sobre a disputa de um imóvel em Lucas do Rio Verde. Após a vítima entrar com a ação, passou a receber ameaças.
Reaver veículo e desistência de ação
De acordo com a apuração, o advogado atuou na defesa de duas pessoas presas em flagrante em outra ocorrência. Como pagamento pelos honorários, ele havia recebido um veículo.
Contudo, o cliente tentou reaver o veículo, mesmo sem pagar os honorários combinados. Em uma das oportunidades, o cliente teria saído do escritório do advogado afirmando que resolveria a situação de uma forma ou de outra.
As informações reunidas na investigação indicaram que o cliente defendido pelo advogado fez contato com os criminosos que lideram a facção em Lucas do Rio Verde e pediu que empregassem alguma ação para fazer o advogado devolver o veículo, usando, para tal fim, qualquer meio violento.
Além disso, o mesmo investigado também pediu aos criminosos que empregassem uso de violência contra o empresário para forçá-lo a desistir da ação judicial em andamento. Diante dos pedidos criminosos, os líderes da facção recrutaram os cinco suspeitos identificados na investigação para fazer os disparos contra os três locais.