O advogado Walmir Cavallieri afirmou que não há qualquer relação entre o assassinato do ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery, ocorrido em julho de 2023, e a execução do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro do mesmo ano, na porta de seu escritório, em Cuiabá. Segundo ele, os dois crimes possuem motivações distintas.

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Em entrevista ao PodOlhar, Cavallieri explicou que Renato Nery foi morto em decorrência de uma disputa fundiária em Novo São Joaquim, enquanto Zampieri teria sido executado por sua atuação em processos de mesma natureza.

“Temos certeza de que o crime do Zampieri está totalmente divorciado do crime do Renato. Tanto que tudo o que aconteceu nesse outro assassinato estava no celular dele. E no do Renato, desde o princípio, temos plena certeza de que lá não há nada”, afirmou.

Ele também destacou que a dinâmica dos crimes foi diferente. Segundo Cavallieri, o homicídio de Nery foi premeditado e cuidadosamente planejado para evitar registros em câmeras de segurança.

“A pessoa desceu a contramão para que não fosse pega pelas nossas câmeras. Ele fez por trás do elevador, que é panorâmico, e ficou esperando. O Renato tinha uma rotina, chegava, pegava o jornal, lia uma manchete dentro do carro antes de sair. Eu creio que não fizeram dentro do carro, como no caso do Zampieri, porque acharam que o carro dele era blindado”, relatou.

Afastamento de desembargadores e investigação sobre Zampieri

No ano passado, a Corregedoria Nacional de Justiça determinou o afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão faz parte de uma investigação sobre possíveis irregularidades no tribunal, abrangendo a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos magistrados e de servidores nos últimos cinco anos.

Segundo a Corregedoria, há indícios de que os desembargadores mantinham uma relação de proximidade incomum com Roberto Zampieri, o que levanta suspeitas sobre a imparcialidade deles em processos patrocinados pelo advogado. A investigação apura se os magistrados receberam vantagens financeiras indevidas e presentes valiosos em troca de decisões favoráveis.

Os desdobramentos das investigações seguem em andamento, sem previsão de conclusão.