Os dois suspeitos presos durante a operação "A César o que é de César”, foram identificados como Ozia Rodrigues, apelidado de Shelby, e Carlos Rodrigues Lopes da Silva, também conhecido como Maxixi. Os faccionados atuavam na cobrança de uma "taxa de funcionamento" de 5% sobre o faturamento mensal dos comerciantes de Várzea Grande, sob ameaças de incêndios e violência.
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Shelby viajou para o Rio de Janeiro no dia que ficou sabendo que estava sendo investigado pela Polícia Civil, se escondendo na favela da Rocinha. As informações são do delegado Antenor Pimentel Marcondes, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
A equipe investigativa iniciou a apuração em novembro do ano passado, a partir do recebimento de denúncias de que comerciantes estavam sendo coagidos pelos criminosos.
O esquema também incluía tentativas de intimidar vítimas e testemunhas durante as investigações. Advogadas vinculadas ao grupo criminoso acompanhavam depoimentos na Delegacia sem solicitação dos depoentes, configurando crime de embaraço à investigação.
Informações colhidas no decorrer do inquérito confirmaram que o principal alvo da investigação, Ozia, era líder do esquema criminoso, e apresentava um patrimônio incompatível, uma vez que não foi comprovada renda formal, apesar de constar registro como funcionário de uma churrascaria em Cuiabá, porém, não exerce nenhuma atividade no local. A Polícia Civil comprovou que ele e a esposa têm veículos de luxo, além de imóveis.