O delegado Nilson Farias, que investiga feminicídio praticado contra Vitória Camily Carvalho Silva, de 22 anos, em Várzea Grande, alegou ao Olhar Direto, neste domingo (16), que a versão apresentada pelo suspeito, de que cometeu o crime após a vítima abortar, é uma forma de tentar se defender de consequências da prisão.
Leia também
STJ não conhece habeas corpus de liderança do CV que tentava comprovar parcialidade de juiz para anular decisões
“Ao meu ver, é uma forma dele tentar ser bem aceito dentro da penitenciária, porque ele tem que ter algum argumento que justifique o injustificável. Então ele cria uma, ao meu ver, uma história para ser aceito dentro do presídio”, afirmou delegado.
Helder Lopes Araújo, 23 anos, diz que cometeu o crime após descobrir um aborto por parte da vítima. “Matou meu filho. Ela abortou meu filho”, afirmou o suspeito. “Como que não é motivo? E se fosse seu filho, você não faria o mesmo?”, questionou Helder. Segundo o investigado, o aborto ocorreu aos seis meses de gravidez. “Ela tomou remédio para abortar a criança. Ela matou, eu descobri, fui e matei ela”.
A Polícia Militar prendeu Helder em flagrante. O suspeito foi detido na cidade de Rondonópolis, na madrugada deste domingo, enquanto tentava fugir para o Mato Grosso do Sul, ao lado de seu irmão.
Conforme o boletim de ocorrência, Vitória foi morta a tiros durante uma confraternização no bairro Cristo Rei, na noite deste sábado (15). De acordo com as informações, o suspeito invadiu uma residência e efetuou disparos de arma de fogo que atingiram o tórax e a cabeça da vítima, que não resistiu aos ferimentos. Uma amiga da vítima, de 20 anos, também teria sido alvo do criminoso, mas não foi atingida.