O governador Mauro Mendes (União) classificou como "absurda" a decisão do juiz Geraldo Fidelis, da 2ª Vara Criminal, que concedeu ao empresário Andresson de Oliveira Gonçalves o direito de receber alimentação especial enquanto cumpre prisão preventiva. Andresson é acusado de envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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A decisão judicial foi baseada em laudos médicos que indicaram perda de peso significativa do empresário, que, segundo os autos, emagreceu nove quilos desde que foi detido. Entre os alimentos que deverão ser fornecidos a ele está carne assada.
Durante agenda em Campo Verde, nesta sexta-feira (21), Mendes criticou a medida e voltou a defender penas mais rígidas no país. "Depois que a gente prende, a gente entrega para o Judiciário e para as leis brasileiras. E eu vou continuar dizendo: as leis são frágeis. O Código Penal é de 1940, é antigo, inadequado, ineficiente, como instrumento para ajudar a polícia e as forças de segurança a combater a criminalidade e as facções criminosas no Brasil", declarou.
O governador também comentou a prisão de Aldemir de Assis Campos, conhecido como "Tucão", apontado como um dos líderes do Comando Vermelho. Ele foi detido na quarta-feira (19), no Rio de Janeiro. Tucão teria financiado a fuga de Raffael Amorim de Brito, acusado de envolvimento na morte do sargento da Polícia Militar Odenil Alves Pedroso.
A prisão de Tucão ganhou repercussão após ele ser identificado em um episódio da websérie "Crias das Favelas". Além disso, uma foto do suspeito ao lado do ator Gillray Coutinho foi publicada pelo trapper Oruam em suas redes sociais. Em perfis na internet, Tucão se apresentava como ator, produtor, diretor de produção e jornalista.
Mendes destacou que o governo estadual tem adotado uma postura de "tolerância zero" contra o crime e que os índices de apreensão de drogas e prisões seguem em alta. "O governo está presente em todos os municípios, dando resposta rápida. Todos os feminicídios no estado de Mato Grosso foram e são esclarecidos. Nós temos uma excelente atuação da Polícia Civil e da Polícia Militar", afirmou.
O governador ressaltou ainda que, apesar dos esforços do governo estadual, o combate à criminalidade depende de mudanças na legislação nacional. "Quem tem que falar sobre isso é o Judiciário e o juiz que deu essa decisão. Eu, como governador, acho um absurdo e, como cidadão, acho um absurdo", concluiu.