O presidente da Associação dos Cabos e Soldados BM/PM de Mato Grosso (ASC-MT), Laudicério Machado, afirmou que a pistola apreendida nesta quinta-feira (6) durante a operação Office Crime: A Outra Face foi utilizada por criminosos em um confronto com a Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) dias após o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho do ano passado.
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Segundo ele, a arma não estava em posse de nenhum dos policiais militares presos na operação.
Machado disse que a assessoria jurídica da associação está acompanhando o caso para entender como a Polícia Civil chegou aos nomes dos PMs detidos.
"É isso que queremos saber. Por isso estamos com a nossa equipe jurídica aqui para assistir aos militares e saber qual foi o fio da meada que os trouxe como suspeitos. Isso tem que ser perguntado aos bandidos", declarou o presidente.
O suposto confronto ocorreu no dia 11 de julho, seis dias após a morte de Nery, no bairro Contorno Leste. De acordo com Machado, a Rotam foi acionada para atender uma ocorrência de roubo de carro e, ao encontrar os suspeitos, houve troca de tiros. Os criminosos estariam com a pistola Glock 9mm, a mesma apreendida na operação desta quinta-feira.
Após a apreensão, exames balísticos comprovaram que o armamento era compatível com a arma utilizada na execução do advogado.
A arma foi localizada em uma chácara que supostamente pertence a um dos policiais militares presos durante a ação policial desta quinta-feira. Porém, não foi revelado a quem pertencia.
Questionado sobre a possibilidade de a pistola ter sido "plantada" para incriminar os policiais, o presidente da ACS descartou a hipótese.
"Os policiais são valorosos", pontuou.
Os militares presos passarão por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira (6) e, posteriormente, serão encaminhados para o Batalhão da Polícia Militar.
Operação
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (6), a operação Office Crime: A Outra Face, que investiga a execução do advogado Renato Nery, assassinado a tiros em julho do ano passado em frente ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá.
A ação resultou no cumprimento de seis mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão. Entre os alvos presos estão quatro policiais militares:
Soldado PM Wekcerlley Benevides de Oliveira
Cabo PM Wailson Alessandro Medeiros Ramos
3º Sargento PM Leandro Cardoso
3º Sargento PM Heron Teixeira Pena Vieira (foragido)
Há ainda um quinto policial, cujo a identidade não foi revelada.
Além dos militares, também foi preso Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro de um dos investigados e apontado como o suposto executor.
A operação visa esclarecer a motivação do crime, que teria relação com disputas de terras, e identificar a participação de outros envolvidos. As investigações seguem em andamento.