"Fato isolado". A declaração é do presidente da Câmara Municipal de Várzea Grande, Wanderley Cerqueira (MDB), sobre dois colegas terem sido alvo da Operação Escambo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (11). À imprensa, o chefe do Legislativo adiantou que os dois parlamentares investigados não deverão ser alvos de processo na Comissão de Ética da Casa.
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“É um fato isolado. Nós não temos nada a ver. A Câmara em si não tem nada a ver com isso. É um fato isolado, fato referente ao período eleitoral. Eu desconheço os detalhes, porque o processo está em segredo de justiça, mas está sendo investigado pela Polícia Federal”, afirmou Cerqueira.
Questionado sobre a possibilidade de abertura de investigação no Legislativo municipal, o presidente afastou essa hipótese. “Eu que não [vou levar para a Comissão de Ética], porque é eleitoral e já está sendo investigado pela Polícia Federal, que é a polícia mais respeitada em nosso país. Então, eu acho que foge do alcance da Câmara, que é eleitoral.”
A operação da Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos vereadores Kleberton Feitoza Eustáqui (PSB), conhecido como "Feitoza", e Adilsinho (Republicanos). Segundo a PF, eles teriam se beneficiado da compra de votos durante o período eleitoral, utilizando promessas de pagamento em dinheiro e fornecimento de água, óleo diesel e outros benefícios em troca de apoio nas urnas.
Cerqueira também comentou sobre as buscas na sede do Legislativo. “Essa Câmara é porta aberta, aqui todo mundo que chega entra. Aqui não precisa arrombar nada. Eles estiveram em dois gabinetes, nos gabinetes dos dois vereadores. Acho que eles levaram notebook só.”
Investigação
A investigação teve início em 6 de outubro do ano passado, quando duas pessoas foram presas em flagrante por compra de votos. Durante a apuração, a PF identificou o envolvimento dos dois vereadores eleitos no esquema.
Se confirmadas as acusações, os parlamentares poderão responder pelos crimes de captação ilícita de sufrágio e associação criminosa. As penas podem chegar a sete anos de reclusão.
Apesar do avanço das investigações, a posição do presidente da Câmara indica que, ao menos por ora, a Casa Legislativa não tomará nenhuma medida disciplinar contra os parlamentares envolvidos.