Cuiabá foi apontada como uma das capitais mais endividadas do Brasil em 2024, segundo o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional. O levantamento mostra que a cidade tem a terceira maior relação entre Dívida Consolidada e Receita Corrente Líquida (RCL) do país, atingindo 43,2%. A capital mato-grossense ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (54,1%) e de Manaus (45,1%).
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Esse índice indica quanto da arrecadação líquida seria necessária para quitar toda a dívida consolidada. Ou seja, quanto maior o percentual, menor a capacidade do município de honrar seus compromissos financeiros sem comprometer suas receitas futuras.
Além do alto endividamento, Cuiabá também ficou em terceiro lugar no ranking de despesas de exercícios anteriores em 2023, com 4,6%, perdendo apenas para Belém (7,3%) e Goiânia (4,9%). Esse indicador reflete a fragilidade no controle orçamentário, já que demonstra a necessidade de pagar despesas que não foram devidamente planejadas no orçamento.
Outro dado preocupante diz respeito aos restos a pagar processados e despesas liquidadas. Entre 2022 e 2023, a capital mato-grossense acumulou um índice de 5,1%, posicionando-se entre as seis capitais brasileiras que mais deixaram dívidas pendentes. Quanto maior esse percentual, maior a transferência de débitos de um ano para o seguinte.
Baixa capacidade de pagamento
Cuiabá também teve sua nota de capacidade de pagamento (Capag) rebaixada de B+ para C, o pior nível da avaliação. A cidade foi classificada como financeiramente vulnerável, com dificuldades para arcar com despesas caso ocorra uma queda na arrecadação.
Além disso, no indicador de Disponibilidade de Caixa Líquida em relação à Despesa Mensal Liquidada Média, Cuiabá registrou um índice negativo de -2,4%, bem abaixo da média nacional de 1,4%. Isso significa que a cidade não tem recursos suficientes para cobrir suas obrigações no curto prazo.
A pesquisa apontou ainda que, nos últimos anos, a capital enfrentou problemas na transparência de seus demonstrativos fiscais e contábeis. Em 2022 e 2023, a cidade teve sua Capag suspensa por falta de esclarecimentos sobre distorções nas contas públicas.
Todas essas dificuldades ocorreram durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
