Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram, na tarde desta terça-feira (18), mandado de prisão contra quatro policiais militares do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Metropolitana (Rotam) que já estão presos suspeitos de envolvimento na morte do advogado Renato Nery. As ordens são referentes a um suposto confronto forjado em que os militares teriam matado um homem seis dias após a execução do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT).
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A ordem de prisão é contra: Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Wailson Alesandro Medeiros Ramos e Wekcerlley Benevides de Oliveira. Eles são suspeitos de matar um homem e um deixar um adolescente forjando um confronto na Avenida Contorno Leste, em Cuiabá. A intenção era plantar a arma que assassinou Nery nos homens envolvidos na ocorrência.
Todos os militares estão presos em diferentes batalhões das unidades especializadas da Polícia Militar. O sargento Heron Teixeira Pena Vieira, que também foi da Rotam, é um dos cinco policiais presos. A polícia não informou qual era o papel de Heron na dinâmica do crime.
Além dos militares, também foi preso Alex Roberto de Queiroz Silva, que é caseiro de Heron. Ele é apontado pela Polícia Civil como o executor de Renato Nery. A motocicleta utilizada no crime
também foi apreendida, parcialmente desmontada, pelos agentes em uma mecânica, na cidade de Barão de Melgaço (100 km de Cuiabá).
Entenda
O atentado contra Nery ocorreu no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Correa, em Cuiabá, em plena da luz do dia. Na madrugada do dia 12 de julho, houve um confronto, na Avenida Contorno Leste, na Capital, em que um homem teria morrido após resistir. Na ocasião, um adolescente de 16 anos também ficou ferido, e foi apreendido.
Na ocasião, policiais da DHPP que foram acionados para liberarem o corpo recolheram duas armas de fogo. Os dois objetos foram submetidos a exame de balística, que apontou que uma das armas havia sido utilizada para matar o advogado. A motivação do assassinato, no entanto, ainda não foi revelada.
Os trabalhos investigativos avançaram e os policiais chegaram à conclusão que o confronto havia sido forjado. A reportagem do Olhar Direto teve acesso ao boletim de ocorrência que tratou sobre o confronto e que fora escrito pelos policiais militares. No documento, constam que Jorge, Leandro, Wailson e Benevides participaram do suposto confronto.
Todos eles foram presos temporariamente na operação deflagrada pela DHPP. Heron entrou para o quadro de servidores em 2008. Atualmente, ele está lotado no Batalhão da Força Tática, na capital, atuando no setor de inteligência. O salário mensal é de R$ 11.666,27.