Uma das contas monitoradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GCCO) durante investigações contra alvos da Operação "Aqua Ilícita", movimentou mais de R$ 15 milhões, em um período de seis meses. A conta bancária pertenceria à uma pessoa sem profissão definida, com transações enviadas a contas do Rio de Janeiro.
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Conforme o promotor coordenador do grupo, Adriano Roberto Alves, e o delegado Hércules Batista, os relatórios de inteligência financeira demonstraram movimentações bastante expressivas, por diversas vezes.
O Estado do Rio de Janeiro é conhecido como berço da facção criminosa Comando Vermelho, cujo mentor da criação do grupo “projeto da água” é justamente o homem de liderança do grupo criminoso.
Os vínculos existentes apontaram para uma pessoa jurídica que também atua no ramo da distribuição de água e bebida, funcionando como “testa de ferro” da facção, dissimulando transações por meio das empresas, com o objetivo final de remeterem os recursos financeiros à organização criminosa no Estado do Rio de Janeiro.
O delegado Hércules ainda cita casos de lideranças do Comando Vermelho que vão para o regime semiaberto, rompem as tornozeleiras e acabam fugindo para as favelas do Rio de Janeiro, onde ficam sob proteção da facção.
“No Rio de Janeiro, muitas favelas estão se vindo de abrigo a essas lideranças do Comando Vermelho de outros estados. Então por isso que às vezes tem dinheiro transferido para essa região [...] eles usam conta em nome de outras pessoas, e parecem ter um vínculo, mas estamos apurando ainda”, declarou Hércules, durante coletiva na sede do Ministério Público de Mato Grosso, nesta quinta-feira (20).
Devido ao volume alto de vendas, a Polícia Civil optou por solicitar o bloqueio das contas bancárias dos alvos da operação. Parte do dinheiro era enviado para o Rio de Janeiro sendo que duas empresas, sendo uma distribuidora e outra farmácia eram usadas como fachada. Elas foram fechadas.
São cumpridas 30 ordens judiciais, sendo sete mandados de prisão preventiva, nove de buscas e apreensão, duas determinações de proibição de exercício de atividade econômica de empresas, cinco sequestro de veículos e sete bloqueios de contas bancárias, que podem chegar ao valor de R$ 1,5 milhão.
Operação Aqua Ilícita
A operação combate a extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa que vinha prejudicando comerciantes de água mineral e aumentando os preços para os consumidores, com o objetivo de enriquecer criminosos que aterrorizam a população de Mato Grosso.
Cerca de 340 policiais militares e 60 agentes do Gaeco nas ruas. Investigação apurou que os criminosos cobravam valor bem alto para ter o controle econômico dos comerciantes. A operação revelou uma organização criminosa em expansão, visando lucros por meio de atividades ilícitas.