O cacique Raoni Metuktire, líder dos kayapós, afirmou apoiar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (24), ele declarou: "Bolsonaro tem um problema na cabeça. Não pensa bem, nem é uma boa pessoa, com olhar humanitário. Vi a notícia de que ele pode ser preso e apoio totalmente".

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Raoni denunciou Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional por políticas consideradas prejudiciais ao meio ambiente e aos povos indígenas. Em 2019, após discurso do líder na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Bolsonaro afirmou que o cacique "merece respeito, mas não fala pelos indígenas". Na ocasião, o então presidente levou a indígena Ysani Kalapalo ao evento e declarou: "Não existe mais o monopólio do Raoni. Raoni fala outra língua. Não fala a nossa língua. É uma pessoa que está com uma certa idade avançada, vamos respeitá-lo como cidadão. Mas ele não fala pelos índios. Cada tribo tem um cacique".

As declarações do líder kayapó ocorrem enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento sobre a denúncia contra Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado. O caso, inédito na história do Brasil, atrai atenção nacional e internacional.

A expectativa é de que a análise da denúncia se estenda até quarta-feira (26), com tendência a uma decisão unânime para tornar réus os investigados. A apuração não se limita aos eventos de 8 de janeiro de 2023, mas remonta a investigações iniciadas em 2021, incluindo inquéritos que se conectaram ao longo do tempo. Um dos elementos centrais do caso foi a apreensão do celular do tenente-coronel Mauro Cid, após a quebra de sigilo em um processo sobre vazamento de documentos sigilosos, revelando uma trama mais complexa do que inicialmente se imaginava.