O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) emitiu uma nota pública pela morte de um jovem de 26 anos em Colniza (1.065 km de Cuiabá), vítima de disparos de arma de fogo efetuados por um diretor de uma escola cívico-militar, que era um policial da reserva aposentado.
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Elias Ribeiro da Silva, 54, diretor da Escola Estadual Militar Tiradentes, atirou à queima roupa e matou o jovem Claudemir Ribeiro Sá, 26, do lado de fora de um bar, na noite de domingo (23).
Em nota, o Sintep destacou o caráter alarmante de indivíduos ligados à educação pública militarizada se envolverem em atos criminosos, o que, segundo o sindicato, reflete na crescente banalização dos princípios educacionais.
A entidade reforçou sua preocupação com a militarização das escolas diante deste episódio, que evidencia os riscos da presença de pessoas armadas na gestão escolar. Para o Sintep, “a escola deve ser um espaço de aprendizado, acolhimento e resolução pacífica de conflitos, e não um local onde o autoritarismo e a força armada prevaleçam”.
O sindicato criticou o envolvimento do policial militar da reserva, que ocupava o cargo de diretor de uma escola cívico-militar, “em um ato de extrema violência ilustra um modelo que a sociedade não pode aceitar como referência para a educação”.
“O Sintep reitera seu alerta sobre o retrocesso representado pela inserção de membros das forças de segurança na administração escolar, uma medida que, longe de garantir ordem e disciplina, expõe estudantes e profissionais ao risco de situações de violência”.
O crime registrado em Colniza, diz o Sintep, reafirma que conflitos são inerentes às relações humanas mas, “quando ocorrem no ambiente escolar, devem ser resolvidos com critérios pedagógicos, e não militares”.
“A presença de pessoas armadas em escolas aumenta o perigo de que confrontos cotidianos sejam resolvidos de forma violenta, em vez de serem mediados pelo diálogo e pelo ordenamento jurídico. Esse cenário é prejudicial principalmente para os estudantes, que podem sofrer impactos psicológicos graves ao conviverem em um ambiente regido pela força e não pela educação”.