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Sábado, 17 de maio de 2025

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Arcebispo Dom Mário teme retrocesso: “próximo Papa pode não seguir passos de Francisco”


Durante participação no 52º episódio do videocast PodOlhar, publicado na última quinta-feira (17), o arcebispo de Cuiabá, Dom Mário Antônio da Silva, avaliou o pontificado do Papa Francisco e refletiu sobre os possíveis rumos da Igreja Católica com a escolha de seu sucessor. A entrevista foi concedida dias antes da morte do líder da Igreja, confirmada pelo Vaticano na manhã desta segunda-feira (21). Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu aos 88 anos, às 2h35 (horário de Brasília), após 12 anos de pontificado.

No episódio, Dom Mário afirmou que o Papa Francisco promoveu mudanças importantes na Igreja, ao defender uma atuação mais próxima das pessoas e menos voltada a estruturas e formalidades. “Encanta o mundo, mas também desencanta, frustra alguns. Porque ele é o Papa da simplicidade, é o Papa da humanidade. O Papa Francisco tem nos desafiado a isso: mais simplicidade, mais convivência”, afirmou o arcebispo.

Entre os temas abordados, Dom Mário destacou o processo de sinodalidade como uma das principais marcas do atual pontificado. Segundo ele, trata-se de um modelo de Igreja baseado na participação, comunhão e missão. “Participar juntos, ter o mesmo objetivo e também nos sentir enviados a levar a mensagem de Jesus Cristo”, explicou. A exortação apostólica Evangelii Gaudium foi citada como referência central para compreender o pensamento do Papa.

À época da gravação, Dom Mário defendeu a continuidade de Francisco na liderança da Igreja até, pelo menos, a conclusão do itinerário sinodal em 2028. “Minha oração é que o Papa Francisco continue no governo da Igreja, pelo menos por mais três anos”, declarou. Apesar das limitações físicas enfrentadas por Bergoglio nos últimos anos, o arcebispo o descreveu como lúcido e ativo.

Ao comentar a possibilidade de mudanças com a eleição de um novo Papa, Dom Mário ponderou que a sucessão papal costuma alternar entre continuidade e renovação. “Corremos o risco de o próximo Papa não ser tanto quanto o Papa Francisco nessa questão da sinodalidade. Sim, corremos o risco. Mas eu acredito, como tem sido sempre na Igreja, na continuidade e na renovação.”

Segundo o arcebispo, é esperado que o futuro líder mantenha avanços consolidados ao mesmo tempo em que responda aos desafios atuais. “Algo que não se deve abrir mão é daquilo que está dando certo e que está sendo instaurado, e ao mesmo tempo com as novas adaptações, com mudanças, com alterações que são necessárias e que o tempo vai dando oportunidade.”

A entrevista foi encerrada com uma reflexão sobre os desafios contemporâneos da liderança eclesiástica. “Eu pergunto sempre para mim: quem eu devo ser para ser um arcebispo para os dias de hoje em Cuiabá? [...] Que nós sejamos capazes de viver ancorados e transbordados de esperança no mundo de hoje”, concluiu Dom Mário.

O Vaticano ainda não divulgou detalhes sobre o funeral de Papa Francisco. Nas próximas semanas, a Igreja deve iniciar o processo de escolha do novo pontífice.
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