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Sexta-feira, 11 de julho de 2025

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Em discurso, Mauro sobe o tom com deputados estaduais: “fácil estragar o que fizemos”

23 Abr 2025 - 17:08

Da Redação - Jardel P. Arruda/Da Reportagem Local - Luis Vinicius

Foto: Michel Alvim - Secom-MT

Em discurso, Mauro sobe o tom com deputados estaduais: “fácil estragar o que fizemos”
O governador Mauro Mendes (União Brasil) subiu o tom ao comentar, sem citar diretamente, projetos em tramitação na Assembleia Legislativa que podem colocar em risco o equilíbrio fiscal de Mato Grosso. Durante a cerimônia de assinatura do contrato que oficializa a gestão do Hospital Central Estadual de Cuiabá pelo Hospital Israelita Albert Einstein, realizada na noite desta terça-feira (22), no Palácio Paiaguás, o chefe do Executivo fez um discurso em tom de alerta.


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“Está a tramitar na Assembleia Legislativa, e vocês sabem muito bem do que eu estou a falar, o que pode iniciar um processo de derrocada das contas públicas do Estado de Mato Grosso. Consertar, fazer aquilo que nós fizemos, que todos nós fizemos nesses últimos seis anos, é muito difícil. Estragar é muito fácil”, disparou.

Atualmente, dois projetos em discussão na ALMT preocupam a equipe econômica do governo: uma Proposta de Emenda Constitucional que altera a data-base e estabelece um novo cálculo para a Revisão Geral Anual dos servidores públicos,com impacto que pode ultrapassar os 20% nas folhas salariais, e a pressão pela convocação de concursados para atuação nos novos hospitais estaduais, incluindo o próprio Hospital Central.

Mauro destacou que o momento vivido por Mato Grosso hoje, com contas em dia e superávit fiscal, é fruto de um esforço coletivo que começou ainda em 2019. Ele relembrou que, ao assumir o governo, o Estado enfrentava atraso nos salários dos servidores, descumpria repasses obrigatórios aos poderes e corria o risco de sofrer intervenção federal. “Esse momento que nós vivemos, parece mágico, parece uma utopia”, afirmou.

O governador também fez críticas ao cenário nacional, afirmando que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas oferece serviços públicos de péssima qualidade. “Cobramos impostos como país de primeiro mundo e prestamos serviços como país de terceiro. É isso que nós conseguimos começar a mudar em Mato Grosso.”

Ao citar o atual cenário econômico nacional, com juros altos, déficit primário crônico e a incapacidade do governo federal de pagar sequer os juros da dívida sem recorrer a novos empréstimos, Mauro reforçou o contraste com a situação do Estado. “Em Mato Grosso, isso é uma realidade que ficou no passado.”

A mensagem, porém, foi além das comparações técnicas. Ao dizer que “todos nós temos que manter o Estado na mesma direção”, Mauro lançou uma cobrança direta sobre os parlamentares da base aliada, que ensaiam atender pressões salariais e corporativas em ano pré-eleitoral. “É uma reflexão que cada servidor, cada cidadão que aqui está tem que fazer nos próximos meses, nos próximos anos.”

Na plateia, além de secretários de Estado e técnicos do governo, estavam vários deputados estaduais, inclusive o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), que acompanhou o discurso em silêncio. A presença da cúpula legislativa deu ainda mais peso ao recado do governador, direcionado nitidamente a quem tem a caneta sobre projetos sensíveis em tramitação na Casa.

No discurso, Mauro reconheceu o papel da Assembleia Legislativa na aprovação de medidas que permitiram a reconstrução fiscal do Estado. Mas deixou claro que não haverá espaço para aventuras populistas que ameacem o que ele define como “a virada histórica” de Mato Grosso. “Não podemos mais cometer erros que já cometemos no passado.”
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