Durante audiência pública no Senado Federal, o senador Wellington Fagundes (PL) pediu investigação sobre possíveis subsídios internacionais que estariam favorecendo grandes tradings em detrimento da produção rural brasileira. A declaração ocorreu no contexto do debate sobre os efeitos da Moratória da Soja e da suspensão de uma lei estadual que proíbe incentivos a empresas que aderem à moratória.

Leia também
Mauro destaca eficiência do Vigia Mais após resolução do caso Heloysa e critica falta de adesão de gestões anteriores

“Precisamos consultar o Banco Central para entender se há subsídios externos favorecendo as grandes tradings em prejuízo do nosso produtor”, afirmou, levantando suspeitas sobre a existência de mecanismos financeiros que beneficiam multinacionais ao custo da competitividade do produtor nacional.

Além da cobrança por investigação, o senador criticou a interferência de países europeus nas regras de produção do Brasil, como a França.

“Não somos contra compromissos ambientais, mas não aceitaremos que acordos privados criem barreiras comerciais disfarçadas. Precisamos proteger quem cumpre a lei brasileira e investe em sustentabilidade, não penalizá-los”, destacou.

Para o senador, o Brasil já conta com uma legislação ambiental rigorosa, como o Código Florestal, e não pode permitir que imposições externas enfraqueçam o setor produtivo.

“Temos um Código Florestal que é o mais exigente do mundo. Precisamos ter orgulho disso e defender quem cumpre essa lei. Nosso objetivo é mostrar que o Brasil tem uma produção sustentável, moderna e alinhada com as exigências globais, sem abrir mão da nossa soberania”, defendeu.

A preocupação com os impactos da moratória também foi compartilhada por deputados estaduais que participaram do encontro no Senado Federal. O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), destacou que produtor rural não pode ser criminalizado por produzir dentro da lei. Precisamos ser ouvidos antes de sermos punidos”.

O deputado Dr. João (MDB) fez um apelo ao Supremo Tribunal Federal (STF): “Um recado para o STF: deixa o nosso povo trabalhar, gente!”. Carlos Avallone (PSDB) reforçou: “Não é um problema do mundo com o Brasil, é um problema da Europa com o Brasil — e nós precisamos explicar melhor para a Europa. E a melhor forma de explicar é através de leis.”

Já Gilberto Cattani (PL) foi enfático ao criticar incentivos a empresas que aderem à moratória: “Nós não podemos aceitar que o nosso Estado dê incentivos a empresas que estão prejudicando a nossa galinha dos ovos de ouro, que é o nosso agronegócio”.