O promotor Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, durante audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (24), classificou como “emblemático” o assassinato da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos. Em tom de desabafo, ele afirmou que o que foi feito com a jovem “não se faz com qualquer ser vivo”.
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A declaração aconteceu na presença do ex-servidor público estadual Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e seu filho, Gustavo Benedito Júnior Lara de Santana, de 18, acusados de envolvimento direto no crime.
Heloysa foi encontrada morta na madrugada de quarta-feira (23), dentro de um poço no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. O corpo estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de asfixia, supostamente provocada por um cabo USB. A adolescente foi morta no dia anterior, na residência onde morava, no bairro Morada do Ouro.
Segundo a investigação, o crime teria sido motivado por ciúmes. Benedito, companheiro da mãe da vítima, Suellen de Alencastro Arruda, é acusado de planejar o assassinato da adolescente e de ordenar uma agressão brutal contra Suellen, que sobreviveu. Gustavo, filho de Benedito, também teria participado da execução do plano e é apontado como responsável por recrutar dois adolescentes, de 16 e 17 anos, para cometer o assassinato.
Durante a audiência, o promotor Reinaldo lamentou a crueldade do ato, reforçando que a jovem morreu sem sequer entender o motivo da violência.
"O que fizeram com essa jovem, jogar num poço, não se faz com qualquer ser humano, com qualquer ser vivo, ainda mais com um ser humano”, declarou.
“Certamente não vieram da lua, vieram do ventre de uma mulher. Deveriam respeitar a mulher e o ser humano, a condição de mulher indefesa daquela menina, morreu sem saber o porquê”, declarou. Ele ainda repetiu por três vezes a expressão “quatro marmanjos”, ao se referir aos autores do crime, em referência à desproporcionalidade e covardia da ação.
Ao fim da audiência, o juiz da 2ª Vara Criminal de Cuiabá decidiu converter as prisões de Benedito e Gustavo para preventivas. Ambos foram encaminhados à Penitenciária Central do Estado (PCE), onde ficarão no Raio 8, em celas separadas. Já os menores apreendidos foram encaminhados para a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).