O governador Mauro Mendes (União) afirmou que o governo avalia assumir parte das obras do Contorno Leste, em Cuiabá. A declaração foi feita em meio à repercussão da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil, que investiga um esquema de corrupção na Câmara de Vereadores envolvendo a empresa responsável pela execução da obra.
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“Eu lamento, porque continuam acontecendo problemas de desvios. Parabenizo as forças de segurança, a Polícia Civil, porque está investigando, e doa a quem doer, tem que investigar e seja feito, garantido a todos o direito de defesa,” disse.
“Mas é papel da Polícia investigar, é papel do Judiciário recepcionar essas investigações e, quando tem procedência, o Ministério Público denúncia. E tem que ser levado aos critérios da lei, às consequências daquilo que os agentes públicos fazem. Todos os cidadãos não podem estar acima da lei. Todos têm que ser processados se cometerem alguma coisa errada,” explicou.
“O Estado de Mato Grosso, eu disse ao prefeito Abilio, mas eu não tenho mania de ficar anunciando as coisas antes que elas aconteçam. Mas não tem problema, porque a administração é pública, a gente tem um dever sempre de prestar conta, prestar informações ao cidadão e à sociedade,” complementou.
Ele detalhou qual seria a parte da obra que o Estado estuda assumir, um trecho que começa pela Avenida do CPA e segue até próximo a região da Rodoviária.
“Aquilo é uma obra da Prefeitura, a Prefeitura tem as suas responsabilidades. Assim como eu tenho as minhas como governador. Eu não posso assumir todas as responsabilidades de todas as prefeituras que estão com problemas,” explicou.
“Mas ali, com questão estratégica, de permitir uma nova rota importante para a logística, na chegada de Cuiabá pela Estrada 251, poder fazer essa atividade. Então a Sinfra está, neste momento, estudando esta viabilidade, este projeto,” acrescentou.
A Operação Perfídia, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR), apura supostos crimes de corrupção envolvendo os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) e funcionários da empresa que executa o Contorno Leste.
Segundo a investigação, os parlamentares teriam cobrado propina para viabilizar, por meio de votação na Câmara, o pagamento de valores devidos pelo município à construtora. Parte do dinheiro teria sido repassada por depósito e o restante, em espécie, no gabinete de um dos investigados.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em gabinetes da Câmara Municipal e residências dos envolvidos. A Justiça determinou o afastamento dos parlamentares durante a apuração.