Atualizado às 10h35 - Informações apuradas por
Olhar Direto apontam que os empresários Julinere Goulart Bentos e César Jorge Sechi, presos nesta sexta-feira (9), teriam pago R$ 150 mil pela execução do advogado Renato Nery, assassinado em julho do ano passado, em Cuiabá. O crime está relacionado a uma disputa por dois imóveis avaliados em R$ 30 milhões no interior de Mato Grosso.
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Durante o andamento das investigações, o ex-policial militar da Rotam, Heron Teixeira Pena Vieira confessou sua participação no homicídio. Ele detalhou que dividiu o dinheiro apenas com Alex Roberto de Queiroz Silva, que trabalhava como caseiro em uma chácara de sua propriedade. O combinado inicial era de R$ 200 mil, mas apenas parte do montante foi efetivamente paga.
Ainda segundo o militar, o PM Jackson Pereira Barbosa – vizinho de condomínio do casal – teve participação no crime e foi o responsável por cooptar outro policial, Ícaro Nathan Santos Ferreira, integrante da inteligência da Rotam, que conseguiu a arma usada na execução: uma pistola Glock G17 modificada para o modo automático.
Jackson e Ícaro foram presos no dia 17 de abril durante as primeiras fases da Operação Office Crime – O Elo, conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
No dia 1º de maio, a DHPP indiciou Alex Roberto e Heron Vieira por homicídio triplamente qualificado. Os agravantes são motivo torpe, paga ou promessa de recompensa, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Outros envolvidos foram indiciados no dia 30 de abril por participarem de um confronto forjado que tinha como objetivo ocultar a arma do crime. Leandro Cardoso, Wailson Ramos, Wekcerlley de Oliveira e Jorge Martins responderão por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.
O confronto ocorreu no dia 12 de julho, no Contorno Leste, e resultou na morte de um homem e ferimentos em outros dois. A arma usada para matar Renato Nery foi plantada com terceiros para simular um tiroteio com criminosos.
Outro suspeito, Kaster Huttner Garcia, foi preso em 14 de abril. Ele teria atuado no suporte ao crime, sendo o responsável por buscar, em Barão de Melgaço, a motocicleta usada pelo executor no dia do assassinato.
Prisão de casal
Julinere e César, que vivem em Primavera do Leste, foram alvos da Operação Office Crime – O Elo, deflagrada pela Polícia Civil em abril deste ano. Na época, foram obrigados pela Justiça a usar tornozeleiras eletrônicas por risco de fuga.
Nesta sexta-feira (9), ambos foram presos após o avanço das investigações. Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram cumpridos pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá e expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca da Capital (NIPO).
A Polícia Civil afirma que as investigações já comprovaram a conexão entre o casal, os intermediários e os executores do crime, e que o inquérito se aproxima da conclusão.
O caso
Renato Nery foi atingido por disparos de arma de fogo em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no dia 5 de julho de 2024. O advogado chegou a ser socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.