O delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Bruno Abreu, afirmou que o advogado Renato Nery estava sendo ameaçado antes de ser assassinado a tiros no dia 5 de julho do ano passado, em Cuiabá. A morte dele teria sido encomendada pelo valor de R$ 200 mil.
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Durante entrevista à imprensa nesta segunda-feira (12), o delegado explicou que duas pessoas foram indiciadas pelo crime. São eles o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva e o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira. O PM foi apontado como intermediador e Alex, o executor do crime.
Nery foi assassinado devido a uma disputa de terras no interior de Mato Grosso. Os mandantes do crime foram identificados como os empresários Cesar Jorge Secchi e a companheira Julinere Goulart Bastos. Ambos foram presos. A polícia ainda investiga se há mais mandantes.
De acordo com o delegado, Nery estava sendo ameaçado antes de ser assassinado mas não acreditava que seria morto devido ao assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023.
"O Nery não contava para ninguém que estava sendo ameaçado, até porque ele acreditava que com a morte do Zampieri - isso é palavras dele - com a morte do Zampieri, não teriam coragem de matar outro advogado. Ele contou uma ameaça específica para uma pessoa, uma testemunha que informou realmente, que lhe contou dias antes de morrer que estava sendo ameaçado, e o fato que se concretizou com a morte dele", disse.
Renato foi morto no dia 5 de julho em frente ao escritório dele, em Cuiabá. A vítima foi socorrida e submetida a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas depois do procedimento médico.
Heron e Alex foram indiciados pela Polícia Civil nesta semana. Os dois foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado pela promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Apesar disso, o delegado Caio Albuquerque afirmou que também investiga a possível participação de outros envolvidos.
"Então, pode ser uma comunhão de vontades. A gente não pode olvidar, você não pode esquecer isso ai. Mas o que estamos hoje, documentalmente falando, os indícios depoem, no momento, de forma suficiente, no sentido de que duas pessoas, diretamente ali, na questão de mandar matar. Nós temos outras pessoas aí, que estão na situação de intermediários, mas também com algum condão ligado ao mando. Então, agora, outras pessoas vão ser descortinadas, vão ser apontadas, é pra isso que a investigação serve", ressaltou.