Seis mandados de sequestro de bens estão sendo cumpridos em Mato Grosso, durante a 5ª fase da Operação Sisamnes, nesta terça-feira (13). Conforme apurado por
Olhar Direto, dois alvos foram identificados como o advogado Ussiel Tavares e uma mulher que seria secretária do advogado assassinado Roberto Zampieri.
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A operação tem como objetivo aprofundar a investigação em relação aos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa. Além de Mato Grosso, são cumpridos mandados em São Paulo e Brasília.
Segundo a Polícia Federal, são 11 mandados de busca e apreensão no país, além do sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 20 milhões e a proibição dos investigados de saírem do país, com a apreensão de seus passaportes.
Em Mato Grosso, quatro mandados são cumpridos em Cuiabá, enquanto dois foram cumpridos em Primavera do Leste (235 km de Cuiabá). Nenhuma pessoa foi presa até o momento.
O escritório de advocacia pertencente a Ussiel Tavares foi um dos locais de cumprimento dos mandados de busca e apreensão. O jurista é figura renomado no meio jurídico do estado. Ele já foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e também do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
A Operação
As investigações da Polícia Federal identificaram uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, criada para dissimular a origem ilícita das supostas “propinas” lançadas para a compra de decisões judiciais proferidas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, de modo a romper a vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido.
As primeiras fases da operação miraram dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho. Os dois estão afastados do cargo e são monitorados por tornozeleira eletrônica.
Outro nome envolvido no caso é do empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como intermediário nas negociações de decisões judiciais. Ele está preso em Brasília e teve pedido de liberdade negado em sessão virtual do Supremo Tribunal Federal encerrada na segunda-feira (12).
De acordo com a investigação, Andreson teria função decisiva de comando e ingerência no contexto de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria intermediadores, advogados e servidores públicos.