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Terça-feira, 17 de junho de 2025

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Desmatamento recua em MT, mas estado segue entre os que mais perdem vegetação nativa

Foto: Op VERDE BRASIL/17

Desmatamento recua em MT, mas estado segue entre os que mais perdem vegetação nativa
Os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal registraram queda no desmatamento em 2024, segundo dados do MapBiomas divulgados nesta quinta-feira (15). A redução é um sinal de avanço ambiental importante, e Mato Grosso acompanha essa tendência, com recuo nas taxas. Ainda assim, o estado permanece entre os 10 mais desmatados do Brasil.


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De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento 2024 (RAD2024), Mato Grosso perdeu mais de 92,5 mil hectares de vegetação nativa no último ano. Os vetores de pressão que mais contribuíram para o cenário foram a agropecuária, garimpo, expansão urbana e construção de barragens. Apesar disso, o volume representa uma queda em relação aos anos anteriores, acompanhando a redução nacional de 32,4% no desmatamento.

Entre os biomas, o Pantanal apresentou o maior recuo (58,6%), seguido pelo Pampa (42,1%) e Cerrado (41,2%). Este último, entretanto, continua sendo o mais desmatado do país, com mais de 652 mil hectares perdidos em 2024. A agropecuária segue como principal causadora da devastação: responde por 97% da perda de vegetação nativa registrada no Brasil nos últimos seis anos.

Em Mato Grosso, o município de Colniza continua entre os que mais desmatam. Entre 2023 e 2024, o índice na cidade cresceu 13,4%, totalizando 10,7 mil hectares. Por outro lado, o fato de o estado não estar entre os cinco mais críticos pode ser interpretado como uma resposta inicial aos esforços de monitoramento ambiental.

“Qualquer redução no índice de desmatamento deve ser celebrada pelos impactos socioambientais positivos que isto representa. Porém, não devemos esquecer que a situação de Mato Grosso está longe do ideal”, afirma o secretário executivo do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), Herman Oliveira. Para ele, ainda faltam políticas públicas eficazes de fiscalização, punição e proteção de territórios ameaçados por atividades econômicas exploratórias.

O relatório também chama atenção para o desmatamento em terras indígenas. No ranking das cinco TIs mais desmatadas do Brasil em 2024, duas estão em Mato Grosso: Sararé (Conquista D'Oeste), com 962 hectares devastados, e Wedezé (Cocalinho), com 402 hectares. No país, quase 16 mil hectares foram perdidos em áreas indígenas no último ano.

Nas Unidades de Conservação, o MapBiomas identificou o desmate de 57,9 mil hectares, 43,9% deles na Amazônia Legal. A maior parte ocorreu em unidades estaduais de uso sustentável (quase 30 mil hectares), seguidas das federais (23,3 mil hectares).

A divulgação do RAD2024 reforçou o papel dos dados como ferramenta para construção de políticas públicas. No entanto, ambientalistas alertam para o cenário político desfavorável em Mato Grosso. “O que temos visto são políticas antiambientais por parte do Legislativo e Executivo, como a tentativa de reclassificar áreas da Amazônia como Cerrado e projetos que flexibilizam normas ambientais”, completa Herman.

O MapBiomas Alerta consolida informações de vários sistemas de monitoramento, como o Deter (Inpe), SAD (Imazon) e SOS Mata Atlântica, e fornece uma visão integrada sobre o avanço ou retração da degradação ambiental no Brasil.
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