O advogado Walmir Cavalheri, amigo pessoal e colega de profissão de Renato Gomes Nery, afirmou em entrevista concedida na semana passada à TV Vila Real que o patrimônio em terras vinculado ao nome do advogado assassinado e de seu sócio pode ultrapassar a cifra de R$ 100 milhões.
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A revelação foi feita durante participação no programa Cadeia Neles, ao lado da filha de Renato, Lívia Nery.
Segundo Cavalheri, uma investigação realizada após o crime mapeou diversas áreas de terra ligadas a Nery, algumas delas envolvidas em disputas judiciais e acordos realizados em anos anteriores. “As áreas de um acordo fechado em 2022, que ficaram para o Renato e o sócio dele, somam entre R$ 50 e R$ 100 milhões, conforme apontado pelas investigações até agora”, declarou.
O advogado detalhou os tamanhos das propriedades, mencionando, entre outras, uma área de 790 hectares que estaria sob posse ilegal da família Seci, além de outras propriedades de 500, 113, 59 e 30 hectares. Ainda segundo ele, antes de formalizar um acordo com a esposa de um colega, Renato Nery teve controle de uma fazenda de 1.750 hectares de lavoura e de uma reserva ilegal de cerca de 500 hectares.
“Era uma extensão territorial muito expressiva. Se somarmos tudo, o valor pode ultrapassar com facilidade os R$ 100 milhões. Tem gente que avalia o hectare na região a 500 sacas de soja, outros a 800, até 1.000. Cada um faz a conta de acordo com sua realidade. Mas o consenso é que esse patrimônio gira entre R$ 100 e R$ 150 milhões”, estimou Cavalheri.
Acusados formalmente
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) apresentou denúncia contra o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontados como autores do assassinato de Renato Nery, de 72 anos. Conforme o MP, o crime foi premeditado e cometido com extrema violência.
Ambos foram denunciados por homicídio qualificado, com agravantes como promessa de recompensa, uso de meio que dificultou a defesa da vítima, perigo comum e a condição de vulnerabilidade da vítima em razão da idade avançada.