Um grupo de homens suspeito de aplicar golpes com falsas doações em maquininhas de cartão foi ouvido e liberado pela polícia nesta segunda-feira (19), em Cuiabá. Ao todo, cinco foram conduzidos á delegacia vestidos de palhaços alegando participar de um projeto social da Universidade de São Paulo (USP).
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Eles foram levados após denúncias, mas, segundo o delegado de Polícia Civil, Eduardo Ribeiro, não houve elementos para efetuar a prisão em flagrantes porque supostas vítimas não confirmaram as fraudes. Ao
Olhar Direto, o delegado disse que a polícia verificou as transações e entrou em contato com as pessoas que teriam sido enganadas, mas elas confirmaram os valores doados.
“Na delegacia, a gente verificou na máquina, tinha algumas transações altas de R$ 200, R$ 300, R$ 400, R$ 500, tinha até R$ 600. Então, entramos em contato com essas pessoas pra confirmar se eram esses valores mesmo que elas queriam doar. E elas confirmaram que queriam doar aquele valor e doaram”, explicou.
“Nós ouvimos eles e entramos em contato com algumas supostas vítimas porque a alegação até então, era de que eles, por exemplo, aceitavam doar R$ 40 e eles passavam R$ 400 reais”.
O único registro de boletim de ocorrência relacionado ao grupo era de uma pessoa que afirmou ter doado R$ 100, mas teve cobrado R$ 500. No entanto, a suposta vítima não quis prestar queixa. “Eu liguei pra ela, expliquei a situação e disse: ‘vai ter que liberar o pessoal aqui se o senhor não representar, porque não tem nenhuma vítima. O único é o senhor que teve essa questão do valor errado’. ele disse: ‘não, não quero mexer com isso não’ e acabou se negando a colaborar”, relatou o delegado.
Os suspeitos, que são de São Paulo, não possuem uma ONG ou empresa, apenas contas no Instagram onde postam fotos de ações sociais, revelou o delegado. “Não é empresa, não é nenhuma ONG formal. Eles têm dois ou três Instagram, com bastante seguidores, onde mostram fotos das doações. É como se fosse uma associação informal”, afirmou Ribeiro.
As investigações continuarão com a análise das máquinas de cartão, celulares e fotos dos supostos projetos suspeitos que foram apreendidos pela polícia.
O que diz a secretária de Ordem Pública
Conforme explica a secretária municipal de Ordem Pública, delegada Juliana Palhares, o grupo circula na região do bairro Popular, próximo ao restaurante Choppão, usando as fantasias e abordando motoristas para contar a história do projeto social, que seria para ajudar crianças.
Eles pediam as doações de qualquer quantia para ‘ajudar’ o projeto, e caso a pessoa aceitasse a doação por meio de Pix, forneciam o QR Code em máquinas de cartão, no valor que desejasse. Por exemplo, a pessoa aceitava doar R$ 10, fazia o pagamento, mas depois ao verificar a conta bancária, via que aquele pagamento foi de R$ 100, segundo a denúncia.