A vereadora e primeira-dama de Cuiabá, Samantha Íris (PL), negou que tenha falha no atendimento a mulheres vítimas de violência após o fechamento de duas salas de acolhimento na capital. Segundo ela, os espaços não foram encerrados, mas sim remanejados para outras unidades, incluindo o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde, segundo a prefeitura, o atendimento ocorre 24 horas.
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A declaração ocorre em meio à investigação aberta pelo Ministério Público (MPMT), que apura denúncias de que aproximadamente 300 mulheres aguardam na fila por atendimento especializado na capital. A apuração foi instaurada após a centralização dos serviços no HMC, o que, segundo a promotora de Justiça Claire Vogel Dutra, viola as diretrizes de acesso pleno, sobretudo considerando as dificuldades de deslocamento enfrentadas por muitas vítimas.
“Essas salas não foram fechadas, foram remanejadas. Isso foi até uma recomendação, se não me engano, do Ministério da Saúde, porque elas estavam obstruindo a entrada da sala de emergência das UPAs. A decisão visou não perder a habilitação dessas unidades de saúde”, explicou Samantha.
Ainda segundo a vereadora, a Secretaria Municipal da Mulher, comandada pela tenente-coronel Hadassah, segue realizando os atendimentos no prédio da secretaria, na região central, além de manter plantões e buscar soluções para descentralizar novamente os serviços.
“Existe, sim, um planejamento para a abertura de novos espaços, mas não houve paralisação dos atendimentos. A informação que tive da secretária é que eles continuam atendendo onde chegam as demandas”, reforçou.
O Ministério Público, no entanto, aponta que a atual estrutura do HMC não é suficiente para absorver a demanda. De janeiro a maio deste ano, a capital registrou 11.653 ocorrências de violência doméstica e familiar. A legislação assegura que mulheres vítimas de violência sejam acolhidas em ambientes reservados e preparados, como era feito nas salas específicas dentro das UPAs — que agora estão desativadas.
Em nota, a Prefeitura de Cuiabá garantiu que os atendimentos não foram interrompidos e justificou o fechamento das unidades pela identificação de irregularidades nos locais, sem detalhar quais. A gestão também afirma que o serviço permanece ativo e disponível de forma ininterrupta no HMC.