Ao menos três pessoas foram presas nesta terça-feira (10), durante a Operação Strick, uma ofensiva da Polícia Civil do Rio Grande do Sul que teve desdobramentos em Mato Grosso. A ação teve como alvo uma organização criminosa especializada em aplicar o chamado “Golpe do Falso Intermediário”, que lesou vítimas em diferentes estados e causou prejuízos superiores a R$ 300 mil.
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Com apoio de agentes da Polícia Civil de Mato Grosso, os policiais gaúchos cumprem 24 mandados de busca e apreensão e pretendem prender 10 pessoas. Em Cuiabá, os mandados estão sendo cumpridos nos bairros Coophamil e CPA 2, além de Várzea Grande.
A operação é fruto de mais de um ano de investigação conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (RS). Segundo a delegada Luciane Bertoletti, a quadrilha operava de forma sofisticada, utilizando meios digitais para enganar compradores e vendedores de veículos, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre.
Golpe digital e prejuízo milionário
No esquema fraudulento, os golpistas se passavam por intermediários em negociações de veículos, fingindo representar parentes ou terceiros. Eles ofereciam valores diferentes às partes envolvidas e, no momento da transação, o dinheiro era desviado diretamente para contas do grupo. Após o depósito, os criminosos sumiam, deixando compradores e vendedores no prejuízo.
Pelo menos quatro vítimas do Rio Grande do Sul e uma do Pará foram lesadas. No caso paraense, a fraude envolveu a falsa intermediação na compra e venda de gado, com prejuízo de R$ 150 mil. A Polícia Civil do Pará também participou da operação, cumprindo dois mandados de prisão e cinco de busca e apreensão no Estado.
Cooperação interestadual
A delegada Bertoletti alerta que o golpe é sofisticado justamente por gerar uma sensação de segurança: “As vítimas acreditam estar lidando com pessoas reais e próximas. Por isso, é fundamental redobrar os cuidados em negociações online, especialmente de alto valor.”
Já o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas, destaca que a Operação Strick simboliza a força da cooperação entre estados para combater crimes cibernéticos: “As fraudes digitais rompem fronteiras físicas. Conectar inteligência policial com agilidade operacional é o caminho para responsabilizar os autores desses crimes.”
Apesar da grafia diferente, o nome da operação faz referência à palavra inglesa strike, que remete à ideia de ataque ou ofensiva. A escolha simboliza a ação coordenada e enérgica das forças policiais para desarticular a atuação de golpistas que operam nacionalmente a partir de estruturas locais.
Também participaram da operação o Ministério da Justiça, por meio do CIBERLAB – Laboratório de Operações Cibernéticas – e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) de Rio Grande do Sul.
(Com informações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul)