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Sexta-feira, 18 de julho de 2025

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Fiscalização do TCE-MT aponta falta de medicamentos em unidade de saúde de Cuiabá

Foto: TCE-MT

Fiscalização do TCE-MT aponta falta de medicamentos em unidade de saúde de Cuiabá
A fiscalização do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) na atenção básica já aponta, de forma preliminar, que a falta de medicamentos está entre os gargalos da saúde no estado. Exemplo disso é a Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro CPA III, em Cuiabá, vistoriada nesta quarta-feira (11) pelo presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, conselheiro Guilherme Antonio Maluf.


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Embora a unidade seja bem avaliada pela população e apresente avanços na organização do atendimento, com o fim das filas, foi constatada a escassez de insulina e de remédios controlados. Além do abastecimento, informações referentes à saúde da mulher e ao combate à hanseníase estão sendo levantadas pela equipe do TCE-MT desde segunda-feira (9), em ação coordenada que abrange 72 unidades de saúde em 24 municípios.

“O objetivo não é punir ou criticar ninguém. A ideia é, primeiro, uma ação pedagógica: levaremos os resultados ao Plenário e encaminharemos recomendações aos municípios. Aqueles que fizerem as adequações necessárias estarão adequados. Já os que não tomarem providências poderão, futuramente, sofrer penalidades”, explicou o conselheiro.

De acordo com Maluf, esta é a maior auditoria já realizada no estado com foco direto na atenção básica à saúde e envolve todas as relatorias do Tribunal. Ao reforçar a relevância do trabalho, o conselheiro falou sobre o impacto direto do atendimento nas unidades básicas para o cidadão. “Aqui é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde. Qualquer ação feita nessas unidades repercute na vida das pessoas.”

Já o coordenador da fiscalização, o auditor público externo Denisvaldo Ramos, destacou que o trabalho não considera apenas a estrutura física, priorizando também a qualidade dos serviços prestados. “O objetivo é traçar um diagnóstico da efetividade do serviço. Aqui a gente não está preocupado tão somente com a questão estrutural das unidades. Muito mais do que isso, é a entrega do serviço”, afirmou.

Conduzida pela Secretaria Geral de Controle Externo (Segecex), com apoio da Comissão de Saúde e das Secretarias de Controle Externo (Secex), a fiscalização se estende até o dia 18 de junho. “Estamos no terceiro dia de trabalho em campo. Estamos recebendo os dados e alimentando o sistema com algumas métricas, mas o mapeamento será feito posteriormente”, acrescentou.

O trabalho segue metodologia inspirada em modelos adotados por tribunais como o TCE de São Paulo, mas adaptado à realidade mato-grossense. Assim, os critérios técnicos analisados foram divididos em doze blocos temáticos, como saúde da mulher, vacinação, atenção à criança, medicamentos, escalas médicas, adesão dos profissionais às cargas horárias previstas, entre outros.

Na USF do CPA III, a enfermeira Diana Mota relatou as dificuldades enfrentadas no abastecimento da farmácia. Segundo ela, o acesso de usuários de outros bairros também afeta o controle de estoques. “Temos cerca de 40% dos medicamentos disponíveis. A maior dificuldade hoje é com a insulina e estamos fazendo um mapeamento da população para tentar adequar a demanda.”

A enfermeira destacou ainda pontos positivos, como o fim das longas filas e a regularidade na distribuição de imunizantes. Ela também explicou que está em andamento um levantamento detalhado da população do bairro, com prazo de 45 dias, para identificar o número de hipertensos, diabéticos, gestantes e crianças. “Esse mapeamento vai ajudar a garantir que os insumos venham de forma correta.”

Usuária da unidade, Milena Aparecida Fernandes elogiou a oferta de vacinas e o atendimento dos profissionais, mas reforçou o problema do desabastecimento. “Sempre tem vacina, nunca faltou. Mas tem alguns pontos que poderiam melhorar, como no caso dos remédios e das consultas ginecológicas, que são mais difíceis de conseguir”, pontuou.

Já Suzana Barbosa, que buscava atendimento para o sobrinho, destacou a necessidade de ampliação da equipe no sistema como um todo. “Essa é a primeira vez que busco atendimento aqui e, até agora, deu tudo certo. Mas, de maneira geral, nas outras unidades, o que mais precisa é aumentar o número de profissionais”, completou.

Outro lado

Confira abaixo a íntegra do posicionamento da Prefeitura de Cuiabá:

NOTA À IMPRENSA

Sobre a falta de medicamentos nas unidades de saúde de Cuiabá

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá informa que está ciente da falta de alguns medicamentos em determinadas unidades de saúde da capital, conforme constatado por fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), e esclarece que já está atuando de forma intensiva e articulada para resolver a situação o mais brevemente possível.

Como medida emergencial, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) realizou, no início desta semana, uma aquisição emergencial de medicamentos e insumos essenciais no valor de R$ 1,5 milhão, com o objetivo de reabastecer todas as unidades da rede municipal de saúde, em todos os níveis de atendimento. Embora a entrega desses itens tenha sido prevista para ocorrer de forma imediata, algumas empresas contratadas não estão cumprindo os prazos estabelecidos.

Diante desse cenário, a Central de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC) mantém tratativas constantes com os fornecedores para assegurar a entrega dos produtos adquiridos. Há indícios de que parte dos atrasos seja motivada por pressão de empresas para o pagamento de dívidas deixadas por gestões anteriores. Cabe ressaltar que esses débitos já foram incluídos em um acordo de parcelamento firmado com o TCE-MT e o Ministério Público Estadual (MPE), em razão da situação de calamidade financeira enfrentada pelo Município.

Paralelamente, está em andamento o Pregão Eletrônico nº 004/2024, com valor estimado de R$ 37 milhões, destinado à aquisição de medicamentos e insumos para abastecimento regular da rede municipal. A previsão é que os itens sejam entregues no prazo de até 15 dias após a formalização dos pedidos, o que garantirá maior estabilidade no fornecimento dos estoques da saúde pública municipal.
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