A vereadora e primeira-dama de Cuiabá, Samantha Iris (PL), afirmou em entrevista nesta quinta-feira (12) que não vê necessidade em vacinar crianças contra a Covid-19. A declaração ocorreu enquanto ela comentava sobre a campanha de vacinação contra a gripe nos shoppings da capital, iniciativa que ela mesma lidera.
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Um dos argumentos defendidos pela vereadora para apoiar a vacinação contra a gripe e ser contrária às vacinas contra a covid para crianças é que "a vacina da gripe tem mais tempo, foi testada corretamente e teve sua eficácia demonstrada".
“Eu sou a favor da vacina da gripe e de outras vacinas, e a gente tem a possibilidade dessa escolha. O que não pode é falar que vai punir ou tirar direitos das pessoas por não escolher uma vacina criada há menos de 5 anos”, argumentou.
“Eu, Samantha, acho que é uma vacina que não compensa dar às crianças. Tanto que já existem vários países que já suspenderam e falaram que não tem efetividade. Então, se é uma coisa que não tem efetividade, a família deve ter a escolha se vai ou não dar [a vacina] às crianças”, continuou a vereadora.
Momentos antes de dizer que não vê necessidade em vacinar crianças contra o coronavírus, Samantha defendeu a importância da vacinação contra a influenza e comentou que a campanha nos shoppings tem sido um sucesso.
“É uma oportunidade para a família que trabalha durante a semana e consegue levar crianças e idosos nos finais de semana para vacinar. A Secretaria de Saúde e os shoppings abraçaram essa ação para acolher essa população. Isso acaba resultando numa prevenção [contra a] influenza”, disse sobre a vacina da gripe.
Já quando ela foi questionada sobre o projeto que tramita na Câmara, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), que tentar retirar obrigatoriedade dos pais levarem crianças para vacinar contra a Covid-19, Samantha afirmou que o assunto é "relativo" e que a vacinação "não pode ser generalizada".
Para a liberal, a vacinação contra a Covid-19 "não compensa" ser aplicada em crianças. Ela citou que diversos países já teriam suspendido o imunizante para esse público alegando ineficiência.
“As pessoas têm aderido [vacina da gripe] sabendo a diferença. O medo que as pessoas têm até hoje é que se torne a questão da obrigação da [vacina] da Covid, querendo passar como se fosse outra vacina. A vacinação é importante, as vacinas têm o seu papel, mas, especificamente, a vacina da Covid eu acho que é desnecessária”, declarou.
Na Europa, países como Áustria, Bélgica, Estônia, França, Holanda, Itália, Noruega, entre outros, aprovaram ou aplicaram, ainda no auge da pandemia, imunizantes para a faixa etária de 5 a 11 anos. Atualmente, a União Europeia recomenda a vacinação de crianças a partir dos 6 meses de idade.
Apesar da fala da parlamentar, a vacina para crianças recebeu aprovação para uso no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é recomendada e está disponível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para população pediátrica desde janeiro de 2022.
A recomendação da vacinação para crianças assim como para outros públicos é realizada com base em evidências científicas nacionais e internacionais que demonstraram que as crianças, após os idosos, são mais susceptíveis para desenvolver covid-19 grave e suas complicações.
Em 2024, o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade.