O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), foi enquadrado por um grupo de influenciadores nos corredores da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (24). A abordagem foi motivada pela suspensão de eventos esportivos e sociais realizados no último fim de semana, que, segundo os organizadores, tinham caráter beneficente.
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Durante o embate, os influencers reclamaram da suposta truculência da Polícia Militar e criticaram a postura da Prefeitura, que, segundo eles, tenta “criminalizar” as ações da comunidade. O grupo também negou qualquer vínculo com facções criminosas, um dos argumentos usados pelo prefeito para justificar a fiscalização rigorosa.
Abílio tentou explicar que a suspensão dos eventos ocorreu devido à falta de licenciamento adequado. Segundo ele, a divulgação prévia nas redes sociais e a estrutura montada transformaram o que seria um simples jogo de futebol em um evento que, pela legislação municipal, exige autorização específica.
"Futebol de influencer não era apenas um jogo. Era um evento com estrutura, som e público. Quando vira evento, precisa de licença. Essa é a regra", respondeu o prefeito.
O prefeito reforçou que o objetivo da fiscalização não é impedir as atividades, mas garantir segurança e legalidade.
"Imaginem o seguinte: vocês fazem um evento esportivo, beneficente, com doação de alimentos, e estão com a licença em mãos. Se a polícia aparece, ela vai dar suporte, garantir segurança. O evento fica mais protegido", argumentou.
"Se está pagando taxa, é porque o evento não foi classificado como esportivo. Me parece que foi uma balada ou algo similar", alfinetou.
Diante do clima de tensão, a vereadora Baixinha Giraldelli (Solidariedade) interveio, sugerindo que a conversa fosse continuada em outro local, longe da imprensa.
Comparação com Pablo Escobar
Sobre a atuação militar, o prefeito saiu em defesa da atuação da Polícia Militar e da Secretaria Municipal de Ordem Pública na suspensão de dois eventos sociais ocorridos na capital no último fim de semana. Segundo ele, as iniciativas não possuíam as licenças exigidas pela legislação municipal e apresentaram outras irregularidades, como presença de menores consumindo bebidas alcoólicas e a participação de pessoas com histórico de envolvimento com facções criminosas.
Ao comentar as críticas de que as ações policiais teriam sido excessivas e que os eventos tinham caráter beneficente, Abilio fez uma comparação direta com as práticas do narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
“É importante lembrar que o Pablo Escobar também fazia as suas ações positivas nesse sentido. Ele dava cesta básica, pagava saúde, atendia na saúde e fazia um monte de coisas bonitinhas, mas, por outro lado, matava, sequestrava, fazia tortura e traficava drogas. A gente não pode se enganar”, declarou.