O secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia (União), defendeu que o Senado Federal adote uma postura mais firme e contundente diante do que classifica como “exageros” e “interferências” por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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A cobrança ocorre em meio a críticas de setores da direita, que questionam decisões do ministro Alexandre de Moraes, especialmente após a determinação de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Para Garcia, o Senado tem um papel constitucional claro e precisa assumir sua responsabilidade diante do que considera um desequilíbrio entre os poderes.
“Eu acho que o Senado precisa se posicionar de forma firme, contundente”, disse o secretário.
Ele afirma que há interferências do Judiciário nas decisões do Congresso Nacional e também na vida de cidadãos que participaram de manifestações após as eleições de 2022.
“Existem muitos exageros e existe um desequilíbrio. E existe sim uma interferência do Supremo em muitas decisões do Congresso Nacional e também na vida de muitos brasileiros”, declarou.
Garcia criticou, ainda, a prisão de pessoas que, segundo ele, apenas se manifestaram pacificamente nas ruas.
“Muitas pessoas que estavam se manifestando nas ruas depois do resultado da eleição são pessoas de bem que estavam ali expressando a sua indignação com o resultado da eleição. Num país livre, democrático, elas deveriam ter todo o direito de fazê-lo. Não tem direito de depredar, mas têm direito de se manifestar. E as pessoas estão presas porque se manifestaram. Isso, para mim, é um grande equívoco do país e um grande equívoco da nossa liberdade e da nossa democracia”, completou.
Ao ser questionado sobre que tipo de atitude mais dura o Senado deveria tomar, Garcia evitou mencionar diretamente o impeachment, mas reforçou que cabe à Casa Legislativa se posicionar diante da situação.
“O Senado precisa se posicionar de forma firme com relação a essa questão. É só o Senado da República que tem hoje constitucionalmente a atribuição de poder chamar e se posicionar e colocar as coisas no devido lugar”, disse.