O advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida foi preso nesta terça-feira (2) pela Operação Conductor, acusado de liderar o esquema que movimentou R$ 100 milhões proveniente dos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Douglas atuava no controle do transporte de droga desde a fronteira, armazenamento, negociação e distribuição na região metropolitana de Cuiabá. As investigações apontam que o grupo traficou duas toneladas de drogas, armas e munições.
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Conforme apurado pelo Olhar Direto, Douglas é de Várzea Grande e, até então, nunca havia sido preso e atuava normalmente como advogado.
A investigação começou em abril de 2024, quando a Polícia Rodoviária Federal realizou a prisão de um homem, de 31 anos, em Cáceres, que estava transportando 153,8 mil kg de cocaína em seu veículo, um Renault Master Eurolaf, simulando ser usado para o transporte de passageiros.
Após a apreensão, as investigações, que tiveram duração de mais de um ano, identificaram um grupo criminoso voltado para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, com envolvimento de pelo menos 31 pessoas físicas e oito pessoas jurídicas.
O líder do grupo, Douglas, controlava o transporte da droga desde a região de fronteira, o armazenamento, negociação e distribuição na região metropolitana de Cuiabá.
“Durante o período de cerca de quatro meses, o grupo recebeu mais de duas toneladas de drogas, armas de fogo e munições, sendo um carregamento por semana. O valor estimado da droga recebida nesse período é de R$ 45 milhões, que corresponde à quantia bloqueada/sequestrada dos investigados”, afirmou a delegada Bruna Laet, responsável pela investigação do caso.
Os entorpecentes do grupo eram destinados tanto ao consumo local quanto enviados a outros estados da federação. As investigações apontaram que a movimentação financeira do grupo com a comercialização da droga chega a R$ 100 milhões.
Para desencadear a ofensiva, a Polícia Civil contou com a cooperação da Receita Federal e da Politec, essenciais na obtenção de provas e, consequentemente, na identificação da estrutura e modus operandi da organização, bem como com a celeridade do Ministério Público e do Poder Judiciário nas manifestações e decisões.
Conductor foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) e a Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e cumpriu 16 mandados de prisão preventiva, 35 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios de valores e cinco sequestros de veículos, expedidos pelo Juízo da Quarta Vara Criminal da Comarca de Cáceres, em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, São Luís (MA) e Jaboatão dos Guararapes (PE).