A decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, nesta quinta-feira (11), foi celebrada por lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso. Pela primeira vez na história do país, um ex-presidente foi condenado por tentativa de ruptura institucional.
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Nas redes sociais, petistas manifestaram apoio à decisão. O deputado estadual Lúdio Cabral ironizou o episódio, publicando uma montagem com a imagem do presidente dos EUA, Donald Trump, e a frase: "Chora Tramp". "Olha só a coincidência: paramos pra lanchar agora no início da noite a caminho de Juscimeira e adivinha quem nós encontramos!? Ele tava triste que só, não sei por que razão. Alguém aí sabe me dizer? P.S. Aproveitei e abri uma Louvada bem gelada".
A vice-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rosa Neide, destacou a relevância da data: "15h41 do dia 11/09 o Brasil vive a Justiça sendo feita".
O deputado Valdir Barranco classificou a decisão como um marco: "Este é um marco histórico na defesa da democracia brasileira. Que este seja o destino de todos que atentarem contra o Estado Democrático de Direito".
Já a suplente de deputada Edna Sampaio disse que o julgamento reforça a importância da democracia: "Dia histórico! Nossa jovem democracia, que precisa se tornar cada vez mais democrática e participativa, deve também ser verdadeiramente representativa. Podemos e devemos questioná-la, mas nunca golpeá-la. O Brasil julgou e condenou os generais, o capitão e todos os seus golpistas. O chefe da organização criminosa pode pegar até 27 anos de regime fechado — e isso é apenas o começo. Um traidor da Constituição é um traidor da Pátria. Sem Anistia!".
A condenação
Do total da pena, 24 anos e 9 meses correspondem à reclusão em regime fechado, enquanto 2 anos e 6 meses são de detenção. A condenação ainda torna Bolsonaro inelegível por oito anos após o cumprimento da pena, em razão da Lei da Ficha Limpa.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que Bolsonaro e outros sete aliados tentaram impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre o fim de 2022 e o início de 2023. Por 4 votos a 1, os ministros da Primeira Turma consideraram o ex-presidente culpado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.