A Polícia Civil cumpriu nesta sexta-feira (12) oito mandados contra membros de um grupo suspeito de praticar crimes ambientais e ameaças contra comunidades ribeirinhas e indígenas na região do Xingu, em Canarana (a 651 km de Cuiabá). Eles também são acusados de uso e porte ilegal de armas de fogo. Os suspeitos já respondiam a outros inquéritos por envolvimento em crimes como tráfico de drogas e comércio ilegal de arma de fogo.
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A Operação Guardiões 2, que foi deflagrada nesta sexta-feira (12), foi resultado de uma investigação da Delegacia de Canarana, que apontou que pessoas ligadas a algumas pousadas e ranchos, já alvos de investigações anteriores, voltaram a praticar atos criminosos na região do Xingu.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão domiciliares em endereços residenciais na cidade de Canarana, em ranchos ribeirinhos, embarcações e estruturas ligadas a região do rio Sete de Setembro, próximo ao rio Xingu.
A Operação Guardiões 2 também visou retirar de circulação armas de fogo e munições que poderiam ser utilizadas em ataques, apreender materiais para pesca ilegal, bem como caça e pescados ilegais.
O trabalho operacional contou com a participação de 45 policiais civis das unidades das Delegacias Regionais de Água Boa e Barra do Garças.
Investigação
Os suspeitos respondem inquéritos por envolvimentos em crimes ambientais, comércio ilegal de armas, tráfico de drogas, ameaças contra pescadores e lideranças indígenas com a conivência de colaboradores locais.
Entre as condutas criminosas identificadas estão o lançamento de fios de aço no leito do rio para impedir a navegação, disparos de arma de fogo para intimidar pescadores, pesca predatória em período de defeso, além da utilização de estruturas já interditadas para a continuidade das atividades ilícitas.
Conforme o delegado de Canarana, Diogo Jobane, os indícios revelaram que as armas ostentadas pelos suspeitos não possuem registro no Sistema Nacional de Armas, configurando porte e posse ilegal.
“Há ainda registros de ameaças de morte explícitas contra moradores e lideranças indígenas locais, gerando clima de insegurança e medo”, completou o delegado.