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Sexta-feira, 14 de novembro de 2025

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ENTREVISTA AO PODOLHAR

'Seis meses para uma criança com autismo fazem toda a diferença', afirma Paola Fadul



A pediatra especializada em Transtorno do Espectro Autista (TEA), Paola Fadul, destacou a importância do diagnóstico precoce para ampliar as possibilidades de desenvolvimento de crianças autistas. Em entrevista ao PodOlhar, a médica ressaltou que a intervenção nos primeiros meses de vida pode impactar de forma decisiva o prognóstico e a qualidade do tratamento.

“Seis meses para uma criança com autismo fazem toda a diferença. Quanto mais nova ela é, mais fácil introduzir conhecimento, mudar comportamentos e estimular o que está faltando. Com o tempo, vamos perdendo janelas de oportunidade”, afirmou.

Segundo Paola, a chamada plasticidade cerebral é maior na infância, o que aumenta a capacidade de aprendizagem. “Uma criança pequena aprende um idioma ou um instrumento musical mais rápido do que um adulto, porque a ‘esponja’ de conhecimento está pronta para absorver. Com o passar do tempo, essa capacidade se sobrecarrega e diminui”, explicou.

A pediatra alertou que sinais precoces devem ser observados ainda no primeiro ano de vida. Entre eles, estão a ausência de contato visual durante a amamentação, atraso no balbucio, dificuldade em interações como brincadeiras de “achou”, recusa de colo e atrasos motores, como rolar, engatinhar ou andar.

Paola observou que, embora a fala seja a principal queixa dos pais, não é recomendável esperar passivamente pela evolução da criança. “Com dois anos, é esperado que a criança tenha repertório de cerca de duzentas palavras e forme frases simples. Se aos 18 meses ela não fala nada, não se pode esperar que alcance esse marco sem intervenção”, disse.

A médica reforçou que a intervenção pode começar mesmo antes da confirmação formal do diagnóstico. “Não é necessário entregar o laudo para iniciar. Se há atraso, já é possível encaminhar para fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta. Se o diagnóstico for confirmado depois, o tratamento já terá começado e não se perde tempo.”
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