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Sexta-feira, 07 de novembro de 2025

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“Famílias atípicas também adoecem”, alerta pediatra Paola Fadul sobre desafios do autismo


A pediatra especializada em Transtorno do Espectro Autista (TEA), Paola Fadul, destacou em entrevista ao PodOlhar que o Brasil ainda carece de estrutura adequada para atender não apenas crianças com diagnóstico de autismo, mas também adolescentes, adultos e suas famílias.

Segundo a médica, a falta de profissionais capacitados e de centros de diagnóstico precoce compromete o acompanhamento clínico. “Nós precisamos de centros de diagnóstico precoce. Nós precisamos de profissionais capacitados na rede pública. Até na rede privada, ainda não temos especialistas suficientes para atender toda a demanda. Isso é um problema em grandes centros e, no interior, a situação é ainda mais comprometida”, afirmou.

Paola ressaltou que a discussão pública costuma se concentrar na infância, mas que é preciso ampliar o olhar para outras fases da vida. “Quando falamos das crianças, os pais estão ativos e conseguem lidar. Mas, à medida que crescem, com comportamentos interferentes ou agressivos, muitos chegam à adolescência e à vida adulta sem suporte adequado. Como um pai de 70 ou 80 anos vai lidar com isso? As famílias acabam adoecendo, principalmente psicologicamente”, disse.

Para a pediatra, o acolhimento das famílias atípicas deve ser parte das políticas públicas de saúde e educação. “A família doente não consegue dar o suporte que a criança precisa, na intensidade e na frequência necessárias”, destacou.

Mesmo entre famílias com maior condição financeira, os desafios persistem. “Não é apenas uma questão de pagar a intervenção. É preciso reorganizar a rotina e a estrutura da casa para atender às demandas da criança. Isso inclui também a escola, que precisa estar de portas abertas para ajustes pedagógicos e orientações comportamentais”, avaliou.

Paola citou avanços recentes em Cuiabá, especialmente na rede municipal de ensino, que, segundo ela, passou a se mostrar mais flexível na inclusão de alunos autistas. “Ainda há muito a melhorar, mas já vemos mudanças importantes. O diálogo entre escola, profissionais de saúde e famílias é fundamental”, concluiu.
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