A reportagem do Olhar Direto teve acesso ao processo que pode ter motivado a execução de Rozeli da Costa Nunes, de 33 anos. Ela teria sido morta a mando do policial militar Raylton Mourão e de sua esposa, após processá-los em razão de um acidente de trânsito cujo conserto do veículo da vítima ficou em torno de R$ 9 mil.
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No processo, consta que um caminhão-pipa da empresa “Reizinho”, administrada pelo PM, não respeitou uma placa de sinalização “pare” e acabou fechando o veículo de Rozeli. Para evitar a colisão, ela jogou o carro para o canteiro e freou bruscamente. Nesse momento, uma moto que vinha atrás bateu na traseira do veículo.
O motociclista não se feriu e alegou não possuir CNH, mas se comprometeu a pagar pelos danos causados. Já o condutor do caminhão disse que não teria responsabilidade sobre o acidente e orientou Rozeli a procurar os administradores da empresa.
A vítima então tentou um acordo diretamente com o PM, mas, diante das dificuldades impostas para o pagamento, decidiu ingressar com uma ação judicial. Durante o processo, descobriu ainda que a empresa não possui CNPJ nem autorização legal para atuar.
Nos autos, Rozeli anexou um orçamento comprovando que o conserto do carro custava cerca de R$ 9 mil, além de uma declaração de hipossuficiência, alegando não ter condições financeiras para arcar com os prejuízos. No entanto, devido à necessidade de utilizar o veículo, acabou pagando o reparo e processou o PM e sua esposa em R$ 24 mil.
No processo ainda consta que o policial nunca se manifestou ne não compareceu à audiência de instrução que ocorreu na semana passada.
Relembre o caso
Rozeli foi assassinada a tiros na manhã da última quinta-feira (11), em frente à sua residência, quando saía para trabalhar. Ela foi atingida por pelo menos dois disparos.
A vítima era casada com um caminhoneiro, que estava em viagem no momento do crime, e deixou dois filhos, de 6 e 12 anos.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil.