15 Set 2025 - 15:51
Da Redação - Luis Vinicius
Foto: Prefeitura Municipal de Cuiabá
O prefeito Abilio Brunini (PL) fez uma cobrança pública aos vereadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CS Mobi. Em declaração contundente, concedida em entreista nesta segunda-feira (15), ele disse desconfiar que parte dos parlamentares não tenha interesse em dar continuidade às investigações sobre o contrato firmado pela prefeitura com a empresa responsável pelo estacionamento rotativo na capital. A investigação foi instaurada em fevereiro e até o momento não houve indiciamento.
“Às vezes eu tenho a sensação que a CPI não quer continuar investigando. Então, há uma sensação meio estranha ali. Eu percebi uns comentários que a CPI ia encerrar logo, ia acabar logo. Não sei se isso é verdade. Acho que cabe a vocês [jornalistas] perguntarem para o [Rafael] Ranalli, para a Maysa [Leão] e para o vereador Dilemário [Alencar]. Mas eu acho que essa CPI deveria continuar investigando, porque tem muita coisa aí para ser investigada”, afirmou.
A CPI é presidida pelo vereador Rafael Ranalli (PL), que é aliado de Abilio, e tem como integrantes o próprio lider de governo na Câmara Municipal, Dilemário Alencar (União), e a vereadora Maysa Leão (Republicanos). Diversas pessoas envolvidas no arranjo do contrato já foram ouvidas, inclusive o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), mas o procedimento ainda não ruma para o desfecho final.
Segundo o prefeito, é indispensável que os parlamentares avancem nas apurações para identificar os responsáveis pelas supostas falhas no contrato. “Tem que ouvir as pessoas que participaram da elaboração. Tem que ouvir o cara que veio de fora dar o parecer. Por que ele apareceu favorável, sendo que ele não é agência do dono do município? Tem que ver quem montou esse termo de referência”, cobrou.
Abilio destacou ainda que a CPI possui prerrogativas exclusivas para chegar a informações que não são acessíveis ao Executivo. “Acho que a CPI deveria continuar investigando, porque tem muita coisa aí para ser investigada. Tem que ver quem foi que tirou vantagem com esse contrato, porque a gestão pública é quem foi. Assim, acho que a CPI tem um poder diferente, do qual nós não temos. Por exemplo, nós, no Executivo, não temos esse poder que a CPI tem”, reforçou.
A CPI
A CPI foi criada para investigar possíveis irregularidades no contrato de 30 anos firmado entre a Prefeitura de Cuiabá e a CS Mobi. O documento prevê o pagamento mensal de R$ 650 mil à empresa e vem sendo alvo de críticas por suposto descumprimento de cláusulas, inexecução contratual e cobranças aos usuários. Entre os pontos que devem ser analisados estão a modernização do Centro Histórico, a revitalização do Mercado Municipal Miguel Sutil e a relação de fiança entre o município e empréstimos tomados pelo consórcio.
Em julho, Emanuel prestou depoimento à CPI e aproveitou o espaço para criticar a atual gestão. Em sua fala, chegou a ironizar o comando político de Abilio no Legislativo. “Ele tomou posse, mas não assumiu a prefeitura”, disse o emedebista, em meio a um clima de provocações e embates entre parlamentares.