De acordo com a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec/IBGE), o uso de Inteligência Artificial (IA) na indústria brasileira cresceu 163%, passando de 1.619 empresas em 2022 para 4.261 em 2024. Este crescimento veio a partir da popularização de IAs generativas, como o ChatGPT.
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A pesquisa apontou que o uso é maior em empresas com mais de 500 funcionários (57,5%) e concentra-se nas áreas de administração (87,9%) e comercialização (75,2%). Setores de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,3%) lideram a adoção, enquanto fumo (22,9%), couro (20,7%) e manutenção (19,2%) têm os menores índices.
Além da IA, 89% das empresas usam outras tecnologias digitais, com destaque para computação em nuvem (77,2%) e internet das coisas (50,3%). Os principais benefícios apontados são o aumento de eficiência (90,3%), maior flexibilidade e melhor relacionamento com clientes e fornecedores. Os maiores obstáculos para a adoção são altos custos (até 78,6% entre as que já usam) e falta de pessoal qualificado (54,2%).
Diante desse crescimento, o Governo Federal anunciou um investimento de R$ 23 bilhões em IA nos próximos quatro anos.
Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, explicou durante o Painel Telebrasil 2025 que “o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) prevê uma política de IA inclusiva, soberana, ética e centrada nas pessoas, além de R$ 1,76 bilhão para melhorar serviços públicos”, afirmou a ministra.
O PBIA também planeja a criação da Infraestrutura Nacional de Dados (IND) e da Nuvem Soberana, parceria entre Serpro e Dataprev, para garantir a guarda de dados estratégicos no Brasil e apoiar políticas públicas, sem isolamento tecnológico.
As áreas mais promissoras para aplicação da IA na gestão pública são saúde, educação, meio ambiente e atendimento digital ao cidadão. Como aponta Fabiano Carvalho, especialista em Transformação Digital e CEO da Ikhon: “no SUS, por exemplo, as IAs podem ser usadas para gerar benefícios como diagnósticos mais rápidos, menos filas e maior eficiência no uso dos recursos públicos. Na educação, soluções de tutoria inteligente e análise de risco de evasão escolar podem ajudar professores a intervir antes que os alunos abandonem a escola. Já em serviços públicos, chatbots multilíngues e sistemas de personalização permitem atendimentos mais rápidos e acessíveis para brasileiros no país e no exterior”, afirmou o CEO da Ikhon.