O senador Jayme Campos (União Brasil) amenizou a declaração do governador Mauro Mendes (União), que afirmou semanas atrás que o parlamentar tem candidatura garantida à reeleição. Em entrevista à imprensa na noite desta segunda-feira (6), após deixar a reunião na sede do União Brasil, em Cuiabá, Jayme afirmou que disputar a recondução ao cargo é um processo natural, por já ocupar a cadeira, mas ponderou que a decisão sobre seu futuro político será tomada apenas em 2026.
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“Eu disse que posso ser candidato tanto a senador quanto a governador. Tenho feito o quê? Belas conversas, sobretudo quase como uma oitiva com a sociedade mato-grossense. O que tenho como hábito é conversar com o povo. Eu não faço política de cúpula”, declarou o senador.
Jayme destacou que tem percorrido municípios para ouvir lideranças políticas, empresariais e comunitárias antes de definir o caminho que seguirá nas eleições de 2026. Segundo ele, o nome é bem avaliado tanto para uma nova disputa ao Senado quanto para uma candidatura ao governo do Estado.
“A candidatura minha ao Senado seria natural. Mas eu tenho que ouvir a população, sobretudo o meu partido, o União Brasil. Essa definição virá no próximo ano, considerando as mudanças que ainda podem ocorrer com federações, fusões partidárias e a janela de março. Tanto o Senado quanto o governo, graças a Deus, são muito respaldados pela população. Onde tenho andado, todos dizem que o senador Jayme Campos é um grande candidato, tanto para senador quanto para governador”, afirmou.
A reunião desta segunda-feira foi marcada por desencontros internos no União Brasil. O encontro, inicialmente organizado para discutir a posição de Jayme no partido e a possibilidade de ele ter carta branca para decidir entre disputar a reeleição ao Senado ou concorrer ao governo, terminou sem avanços. O governador Mauro Mendes, que também é presidente estadual do partido, atrasou a chegada após participar da inauguração da sede reformada da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no Centro Político Administrativo.
O encontro começou às 20h, com a presença de Jayme Campos, Eduardo Botelho, Dilmar Dal’Bosco, Júlio Campos, César Miranda, Aécio Rodrigues, Berinho Franco e a vereadora Michelly Alencar. Por volta das 20h45, Jayme, Júlio, Dilmar e César deixaram o local, mesmo após serem informados de que o governador estava a caminho.
Mauro Mendes chegou à sede do União por volta das 20h50, acompanhado do secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri. No local, encontrou apenas Botelho, Aécio e Berinho. O grupo acabou discutindo apenas a montagem da chapa de candidatos a deputado estadual, deixando em aberto a definição sobre o papel de Jayme nas eleições de 2026.
Nos bastidores, aliados do senador afirmam que ele busca autonomia para decidir sua candidatura com base no cenário político do próximo ano. A avaliação é de que Jayme tem hoje mais viabilidade em uma eventual disputa ao governo, embora essa conjuntura possa mudar até 2026.
A articulação da reunião começou na semana passada, após Mauro declarar que Jayme teria espaço garantido para tentar a reeleição, mas não necessariamente para concorrer ao governo. A fala foi interpretada como um recado político do governador, que é próximo do vice Otaviano Pivetta (Republicanos) — apontado como seu possível sucessor.
Internamente, Mauro conta com o apoio do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, enquanto Jayme mantém proximidade com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), o que reforça a divisão de forças dentro da legenda.