O Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso (CREF17/MT) abriu investigação para apurar denúncias de assédio e importunação sexual envolvendo um professor de Educação Física do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), do campus localizado no centro de Cuiabá. Uma fiscalização foi realizada pelo conselho, na unidade. Cerca de 30 estudantes fizeram acusações contra o professor, que também responde a um processo administrativo disciplinar (PAD).
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De acordo com o CREF17, documentos e informações referentes ao caso foram recolhidos e agora seguem para análise da Câmara de Julgamentos da Autarquia. Caso as denúncias sejam confirmadas, o professor poderá ter seu registro profissional cassado.
O acusado, identificado como I.D.S., é servidor público há 25 anos e há 13 atua no IFMT. Ele foi afastado das funções por determinação da direção, que instaurou um processo administrativo disciplinar. A Gerência de Ensino do campus confirmou que não é a primeira vez que o professor enfrenta acusações do mesmo tipo. Antes de atuar em Cuiabá, já havia sido transferido da unidade de Pontes e Lacerda sob denúncias semelhantes. No atual campus, chegou a responder a dois processos de cunho sexual, mas foi absolvido.
Desta vez, os relatos ganham maior proporção e as denúncias já somam 30 vítimas. Pais de duas estudantes registraram boletins de ocorrência na Polícia Judiciária Civil, enquanto a Polícia Federal abriu inquérito para apurar os fatos. O histórico do professor já inclui um caso de 2014, quando um responsável o acusou de assediar jovens em um vestiário sob o pretexto de tirar fotos.
Segundo a direção do IFMT, o acusado era técnico de vôlei e frequentemente acompanhava estudantes em viagens para competições, contexto no qual parte dos episódios teria ocorrido.
“Toda a documentação referente ao servidor foi entregue ao CREF17/MT, que encaminhou o caso à sua Câmara de Julgamento. A autarquia avaliará se houve infração ética-disciplinar e poderá convocar colegas de trabalho e vítimas para oitivas”, frisou o coordenador de Fiscalização do Conselho, Júlio Garcia.
A presidente do CREF17/MT, Fabi Moraes, se posicionou de forma firme sobre o caso.
“Repudiamos veementemente qualquer prática de assédio ou importunação sexual, sobretudo no ambiente da Educação Física, onde deveria prevalecer o respeito, a integridade e a valorização dos alunos. Não toleraremos condutas que manchem a profissão”, declarou.
O CREF17 disse que seguirá acompanhando de perto o andamento das investigações e pontuou que o caso deve ser tratado com seriedade e, se comprovadas as acusações, o responsável deve ser punido conforme determina a lei.