Em resposta a reportagem do jornal Folha de S. Paulo que apontou o esvaziamento do bloco de governadores de direita, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) minimizou a suposta perda de força do grupo. "Não é que perdeu força. Na verdade, todos os governadores têm inúmeros afazeres", afirmou Mendes em entrevista nesta quarta-feira (8).
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A iniciativa, que reunia gestores alinhados com a direita para fazer oposição ao governo Lula, teria perdido impulso dentro de dois meses, segundo a Folha em reportagem veiculas nesta terça (7).
O enfraquecimento, diz o jornal, é atribuído a fatores como a relutância do ex-presidente Jair Bolsonaro em apontar um sucessor para 2026 e a retomada da popularidade do presidente Lula, que recentemente se aproximou do presidente americano Donald Trump e enfrenta críticas pelo aumento de tarifas.
De acordo com o governador, conciliar as agendas tem sido um desafio devido à intensidade dos compromissos de cada um. No entanto, ele afirmou que "grandes diálogos" estão em andamento.
“Encontrar uma data que permita a participação não é algo tão fácil. Mas nós estamos nos encontrando. Eu vou a Brasília, vou encontrar alguns governadores do centro-oeste”. “A maioria deles tem uma forma de pensar e de atuar muito semelhante. Lá a gente conversa e tal. Não estão existindo grandes reuniões, mas existem sim grandes diálogos”.
O primeiro encontro do grupo de governadores ocorreu em agosto, há cerca de dois meses, no dia 7 de agosto, na residência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O evento foi articulado por Mauro e contou com a participação de Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC), Wilson Lima (UNIÃO-AM), Cláudio Castro (PL-RJ) e Ronaldo Caiado (UNIÃO-GO).
Dias antes do encontro, foi decretada a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e os pedidos de anistia irrestrita em seu benefício vêm perdendo força e enfrentando entraves na tramitação.
Também pesam as manifestações contrárias à anistia e a aproximação do presidente Lula com Donald Trump, o que tem sido interpretado como um cerco a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado apontado como responsável pela taxação.
Além disso, a avaliação positiva do presidente Lula tem se recuperado em comparação ao início do ano.