O criminoso Ederson Xavier de Lima, de 43 anos, apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho em Mato Grosso, é apontado como chefe do esquema de lavagem de dinheiro por meio da empresa Raspa Brasil. Ele foi preso em setembro, em uma praia de Niterói, no Rio de Janeiro.
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De acordo com as investigações, Ederson comandava toda a estrutura financeira do esquema, ficando com os lucros e repassando valores para manter integrantes da facção no interior do estado.
Uma das provas obtidas pela polícia mostra que as contas bancárias usadas no esquema estavam registradas em nome dele. Além disso, quando os clientes realizavam pagamentos por PIX, a chave utilizada era vinculada a um número do Rio de Janeiro ligado diretamente a Ederson. Inicialmente, foi identificado que os criminosos lucraram mais de R$ 1 milhão com o esquema.
Desarticulação do esquema
A investigação começou a partir da análise de materiais apreendidos durante uma operação deflagrada em maio deste ano. Os documentos revelaram a existência de uma rede organizada que operava um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, a facção teria movimentado mais de R$ 3 milhões com o esquema de jogos ilegais.
Por trás da fachada de legalidade, os investigadores descobriram uma estrutura criminosa com planejamento empresarial, hierarquia e funções bem definidas. O jogo de raspadinhas era usado como fachada para lavar dinheiro e financiar as atividades da facção, que buscava diversificar suas fontes de arrecadação além do tráfico de drogas e da extorsão.
A estrutura da empresa era dividida em três níveis operacionais. No topo, o núcleo estratégico, sediado na capital, coordenava as ações financeiras e definia as diretrizes da operação. Logo abaixo, o núcleo financeiro gerenciava contas bancárias de fachada, movimentando grandes quantias e distribuindo recursos para diferentes regiões do estado.
A rede criminosa se espalhou por mais de 20 cidades de Mato Grosso. O núcleo operacional, composto por representantes locais, era responsável pela distribuição dos bilhetes, coleta de valores e controle da contabilidade das vendas. Todo o sistema foi planejado para manter o anonimato da facção e mascarar a origem do dinheiro.