A bancada de Mato Grosso no Senado participou nesta quarta-feira (15) de uma audiência com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir dois temas considerados decisivos para o futuro do agronegócio brasileiro: a moratória da soja e o projeto da Ferrogrão.
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Estiveram presentes os senadores Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União-MT) e José Lacerda (PSD), além do diretor da Aprosoja Brasil, Fabrício Morais Rosa, e de representantes de produtores rurais afetados diretamente pelas decisões em debate.
Durante o encontro, Wellington criticou a moratória da soja - acordo privado firmado por grandes exportadoras que proíbe a compra do grão produzido em áreas desmatadas da Amazônia Legal após 2008 -, afirmando que a medida impõe condições desiguais aos produtores de menor porte. “Esse acordo é vendido como uma ação ambiental, mas, na realidade, favorece as grandes tradings e deixa os pequenos e médios produtores em desvantagem, aumentando a desigualdade”, disse o senador.
Ele ressaltou que o Brasil já possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, o que, segundo ele, tornaria desnecessárias restrições adicionais ao setor. Fagundes destacou ainda que o ministro Fachin se comprometeu a analisar os argumentos apresentados pela bancada e pelos representantes do agronegócio.
Durante a audiência, também foi mencionada a decisão recente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que prorrogou a moratória da soja até janeiro de 2026. “O cenário ainda não traz tranquilidade ao produtor, porque é preciso uma definição concreta que assegure estabilidade e segurança jurídica”, afirmou Fagundes.
Na mesma reunião, os senadores também trataram da Ferrogrão, projeto de ferrovia que pretende ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA), ressaltando o impacto da obra para o escoamento da produção agrícola e para a competitividade nacional. “A Ferrogrão não é apenas uma ferrovia, é um corredor logístico estruturante para o Brasil. Sem infraestrutura, o agronegócio perde força e o país deixa de crescer”, disse Wellington.
Fagundes afirmou que o ministro Fachin reconheceu a importância da obra e demonstrou disposição em contribuir para o avanço do processo, atualmente suspenso após pedido de vistas do ministro Flávio Dino. “Lideramos essa comitiva porque acreditamos que a logística é o alicerce do crescimento. Mato Grosso produz, mas precisa de condições para escoar sua riqueza com eficiência e competitividade”, completou o parlamentar.