O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, afirmou que não há qualquer mudança no projeto do BRT (Bus Rapid Transit) que está sendo implantado em Cuiabá e Várzea Grande, e que a visita técnica feita a Curitiba teve como objetivo apenas conhecer alternativas tecnológicas para o veículo que será utilizado no sistema.
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Segundo o secretário, a comitiva, que contou também com o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e o secretário de Infraestrutura, Marcelo Padeiro, foi à capital paranaense para observar de perto a implantação do Bonde Urbano Digital (BUD), um modelo de transporte que combina características do VLT e do BRT, utilizando tecnologia de guiagem magnética sobre pneus.
“Essa é uma excelente pergunta e, respondendo de forma muito objetiva, não tem mudança de modal. O que nós estamos buscando são alternativas tecnológicas ao veículo que vai operar. Porque o modal, ou você tem trilho ou você não tem trilho. No nosso caso, fizemos uma opção, pelos motivos que já foram amplamente divulgados, de que o VLT era inviável para Cuiabá, pela sua inflexibilidade em relação aos trilhos e pelo alto custo de expansão e manutenção”, explicou Gallo à rádio CBN Cuiabá nesta quinta-feira (16).
Ele destacou que, por orientação técnica e da própria Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, cidades como Cuiabá, com baixo adensamento populacional e áreas urbanas mais espalhadas, se beneficiam mais de modais flexíveis, como o BRT.
“Para a cidade de Cuiabá, com as características que tem, os melhores modais são os flexíveis. Aqueles que permitem, por exemplo, sair de uma avenida principal e entrar em um bairro, chegando até o terminal sem obrigar o passageiro a fazer integração. Só quem usa transporte público sabe o quanto é incômodo trocar de veículo várias vezes”, afirmou.
De acordo com o secretário, a viagem a Curitiba foi motivada pela busca de tecnologias que possam, no futuro, ser incorporadas ao sistema do BRT mato-grossense, sem alterar o modelo já definido.
“O que nós estamos fazendo é conhecer alternativas que caibam dentro do que já está sendo construído. Assim como Curitiba, que tem o melhor modelo de mobilidade urbana do país, também com vias segregadas e sem trilhos. É importante dizer: não há mudança de modal. Nós não vamos ter trilhos. Teremos uma via segregada onde podem rodar veículos sobre pneus ou não”, reforçou.
Gallo explicou ainda que o BUD é uma inovação tecnológica que une “o melhor do veículo sobre trilhos e o melhor da flexibilidade do ônibus”. O sistema funciona com ímãs instalados no asfalto que orientam o trajeto do veículo, podendo operar de forma autônoma ou conduzida por motoristas.
“Os sensores e marcações são ímãs que você coloca a cada um metro. Eles direcionam o BUD ao longo da via. É possível colocar esses ímãs apenas na aproximação das estações, para garantir que o ônibus encoste com precisão na plataforma, sem deixar vãos. É um avanço tecnológico que oferece conforto e precisão, mas ainda será avaliado quanto ao custo e viabilidade”, explicou.
O secretário reforçou que o Estado está conduzindo o estudo com responsabilidade fiscal e que qualquer decisão levará em conta o impacto financeiro a longo prazo.
“Nós vamos avaliar custo, aprofundar os estudos e oferecer o que há de melhor e mais confortável para o cidadão, mas também o menos oneroso. Porque o gasto público é permanente e pode afetar as futuras gerações. Temos que ter responsabilidade com o dinheiro de quem ainda sequer nasceu”, pontuou.