O governador Silval Barbosa (PMDB), juntamente com a bancada federal de Mato Grosso, irá se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na próxima semana para tentar achar uma solução política para o conflito entre indígenas, brancos e Funai em Suiá Missú.
Em reunião com produtores e líderes políticos locais, realizada na manhã de hoje no seu gabinete, Silval Barbosa se comprometeu a intervir em Brasília para dar um fim no impasse gerado na região. A reunião deve acontecer na próxima quarta-feira (12).
O governo do Estado já havia oferecido uma área de 200 mil hectares no Parque Estadual do Araguaia para abrigar os indígenas da etnia Xavante, mas, para isso ser concretizado, teria de haver um consenso entre os índios, que estão divididos entre os que aceitam a saída da Suiá Missú e os que não aceitam negociar.
Paralelamente à iniciativa de resolução política para a questão, a Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú irá ingressar ainda com dois recursos para tentar uma saída jurídica para a questão (
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Os produtores argumentam que o laudo antropológico usado pela Funai para fundamentar a ação que gerou a desintrusão da área é viciado e que a entidade federal que tutela os índios falsificou o documento.
O prefeito de São Felix do Araguaia e vice-presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios, Filemon Limoeiro, participou da reunião e declarou que a postura de Silval acalmou os ânimos dos produtores da região. De acordo com ele, não há intenção de uma nova interdição nas rodovias no local, como já havia sido feito.
No entanto, o produtor rural da área, Sebastião Prado, afirma que toda a comunidade segue mobilizada e está pronta para reagir caso a desintrusão da área seja efetivada. “São produtores que estão naquela área há anos, já falaram que não irão sair do local com vida”, declarou.
Uma comissão de produtores e indígenas já havia ido para Brasília para tentar uma audiência com o ministro, mas, no entanto, não conseguiram espaço na agenda. A questão é de alçada federal e cabe ao governo do Estado apenas tentar fazer uma interlocução política.
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