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Funai vai apurar ameças a pequenos agricultores na cidade de Confresa

De Brasília - Vinícius Tavares

A diretora de Proteção Territorial da Funai, Maria Auxiliadora Cruz de Sá Leão, estará em Confresa na próxima segunda-feira (16) para acompanhar o drama das 132 famílias de pequenos agricultores que ocupam há 20 anos a antiga fazenda Porto Velho, situada próxima da terra indígena dos Tapirapés.

Os posseiros estão apreensivos com as constantes ameaças de um grupo que se auto-denomina como sendo de funcionários da Funai. Diverdas casas já foram queimadas e as plantações foram destruídas na tentativa de intimidar e expulsar os agricultores da área.

O prefeito Gaspar Domingos Lazari (PPS), o deputado Valtenir Pereira (PSB/MT) e oito representantes das famílias estiveram reunidos na quinta-feira na Secretaria de Assuntos Federativos da Presidência da República. O objetivo, segundo Valtenir, foi buscar uma solução para mediar o conflito. "Temos que buscar uma solução para evitar derramamento de sangue na região", frisou o deputado.

De acordo com Edilson Figueiredo, assessor parlamentar do deputado Valtenir Pereira, a situação se arrasta há anos. Segundo ele, a terra denominada Urubu Branco foi homologada por meio de um decreto presidencial publicado em 1998, definindo a área indígena com 157 mil hectares.
 
Em maio de 2001, explica Figueiredo, um novo decreto ampliou a terra indígena para 167 mil hectares, mas a demarcação feita no terreno foi, de fato, de 184 mil hectares, o que acabou alcançando a área que é ocupada pelos agricultores.

"Não há documentos que comprovem que a terra indígena deva ter 184 mil hectares", disse Figueiredo, que acompanhou a reunião em Brasília.

Figueiredo afirma ainda que as pessoas que dizem ser da Funai ignoram uma medida cautelar da desembargadora federal Maria Isabel Gallotti, do Tribunal Regional Federal da primeira região, que assegura a permanência dos posseiros nas terras ocupadas.

Os posseiros defendem que a Funai considere a terra indígena em 157 mil hectares. Há informações de que os Tapirapés não querem aumento de sua terra indígena. De acordo com a assessoria do deputado Valtenir Pereira, sua participação na audiência na presidência da república acabou provocando a sua ausência na caravana da coligação Mato Grosso Muito Mais, ocorrida nesta sexta-feira.
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