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Frialto declara dívida de R$ 564 mi e abre conversa com credores em MT
De Sinop - Alexandre Alves
Representantes do Grupo Frialto apresentaram, a credores do setor pecuário, nesta quarta-feira (14), em Cuiabá, o relatório que aponta dívida de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras, R$ 97 milhões com pecuaristas, R$ 8 milhões de frete e R$ 6 milhões de dívidas trabalhistas.
A reunião contou com representantes da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e das federações agricultura de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - Famato e Famasul, respectivamente.
Durante a reunião, que teve mais de duas horas de duração, uma empresa de consultoria de gestão, advogados e um representante do Frialto apresentaram um relatório com a situação financeira do frigorifico e os possíveis cenários para a continuidade da empresa no mercado.
“Esta primeira conversa com os credores é para que possamos apresentar um plano de recuperação judicial que tenha capacidade de pagamento e atenda os interesses dos pecuaristas”, disse Thiago Junqueira, advogado do Frialto.
Segundo o consultor financeiro Marcelo Camorim “essa mesma reunião já foi feita com os bancos na semana passada e a intenção é mostrar a base para o plano de recuperação que será apresentando no próximo dia 26 de julho, além dos possíveis cenários econômicos para que a empresa continue em pé”.
O presidente da Acrimat, Mário Candia, disse que “o produtor está participando da reestruturação do frigorifico e é importante conhecermos os números da empresa”. Ele disse que os pecuaristas credores estão recebendo “toda orientação e acompanhamento jurídico para lidar com mais esse processo judicial”.
A Assembleia Geral de Credores – AGC - só deve acontecer depois do mês de outubro. O assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia, alerta os pecuaristas, para que “fiquem atentos para as datas legais, pois no dia 26 será apresentado o plano e a partir daí terão 30 dias para fazer as objeções”.
Rogério Romanini, diretor de relações institucionais da Famato, disse que “é importante para o setor saber se a empresa é viável economicamente ou não, afinal isso dá base para o plano de recuperação judicial”.
O produtor rural e presidente da comissão de credores da Famasul, José Lemos Monteiro, disse que “toda e qualquer aproximação e conhecimento é muito importante, mas, a reunião ficou aquém do esperado, pois queríamos saber como será resolvido o nosso problema, como o pecuarista vai receber e isso não souberam nos responder”.
A paralisação das atividades do Frialto ocorreu no dia 21 de maio e a empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop no dia 24 do mesmo mês. O grupo possui oito unidades de abates em cinco estados ( MT, MS, RO, SP, GO).
Em Mato Grosso são três plantas, localizadas em Sinop, Matupá e Nova Canaã do Norte, além de uma unidade em construção em Tabaporã. Em Sinop e Matupá os abates já voltaram a acontecer. (com informações da assessoria Acrimat.)