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Ex-secretário e empreiteiros presos aguardam transferência para Cuiabá

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

É grande a movimentação na porta da delegacia da Polícia Federal de Barra do Garças onde estão presos 12 dos 26 acusados de participar de um esquema de fraude em licitações de obras e desvio de recursos federais na região leste de Mato Grosso. O delegado Eder Magalhães informou que a transferência dos envolvidos pode ficar para a noite devido à remoção de alguns acusados de Novo São Joaquim, Canarana, Ribeirãozinho e Pontal do Araguaia.

Conforme informações obtidas pelo Olhar Direto, consta da lista de presos os nomes dos empresários Antônio Cezara Silveira e Joaquim Luiz de Andrade, da Silgran, uma das empresas investigadas pela PF, e do ex-secretário de Obras de Barra do Garças, César Natal Magrini. Ele trabalhou por mais de 10 anos com o prefeito Wanderlei Farias como secretário e pertence ao quadro de engenheiros da prefeitura.

O deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB), que está em Cuiabá, disse que essa operação pode ser apenas a ponta do iceberg com relação ao Araguaia, principalmente em Barra do Garças, que tem como prefeito Wanderlei Farias (PR), no seu terceiro mandato.

“Vem mais coisa por ai. Nós esperamos que isso não fique apenas no denuncismo e que as provas sejam concretas para varrer a corrupção de nossa cidade”, citou o parlamentar que acredita que atrás dos empreiteiros e funcionários públicos pode ter a participação até mesmo de políticos.

Segundo Daltinho, o surgimento deste escândalo até demorou acontecer porque a sociedade local sabe que aproximadamente há 10 anos uma empresa do ramo de asfalto, a Silgran, realiza a maior parte das obras de pavimentação asfáltica da cidade, que curiosamente é vinculada a empresa Emasa, detentora da concessão de água e esgoto de Barra por 30 anos.

O peemedebista lembrou que em 2003, a ex-vereadora Fátima Resende (PT) denunciou que a licitação do serviço de água e esgoto não teria passado pela Câmara Municipal, colocando em dúvida a concessão obtida pela Emasa.

Em Cuiabá, a delegada Luciane Alves informou que entre os presos estão servidores públicos, empresários, engenheiros e um funcionário da Caixa Econômica Federal (CEF). Os agentes federais apreenderam nas empresas envolvidas um total de R$ 125 mil em dinheiro e mais 42 mil dólares. Estão sendo investigadas na operação sete empreiteiras que atuam na região do Araguaia onde aconteceram à maioria dos crimes mencionados na operação Atlântida.

Mais detalhes em instantes
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