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Israel e Hamas rejeitam resolução da ONU de cessar-fogo

BBC Brasil

O governo israelense disse que vai continuar sua campanha militar na Faixa de Gaza, apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um cessar-fogo imediato e durável. O grupo palestino Hamas também rejeitou a proposta da ONU. 

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que é impossível negociar sob a resolução do Conselho de Segurança, já que, segundo ele, as "organizações palestinas assassinas" não vão aderir a ela.

A resolução, esboçada pela Grã-Bretanha e aprovada por 14 dos 15 membros do órgão, pede, além do cessar-fogo, o livre acesso de agências de auxílio humanitário a Gaza e que os países-membros intensifiquem os esforços para fazer com que se alcance uma trégua duradoura.

Este foi o primeiro posicionamento oficial do Conselho de Segurança da ONU em relação ao conflito desde o início da ofensiva israelense, em 27 de dezembro.

Na noite de quinta-feira e na manhã desta sexta-feira, mais de 50 ataques israelenses atingiram a Faixa de Gaza. Os palestinos continuaram lançando foguetes contra Israel.

Uma trégua de três horas foi decretada na Faixa de Gaza, para permitir que ajuda humanitária entre na região.

As estimativas são de que, em quase duas semanas, o conflito tenha matado 770 palestinos e 14 israelenses.


Investigação

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, está defendendo uma investigação independente de violações do direito internacional durante o conflito na Faixa de Gaza.


Em um discurso durante uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Pillay pediu acesso irrestrito de equipes de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Na reunião, a ONU expressou preocupação especial com um ataque de Israel nesta semana que deixou 30 mortos.

Testemunhas dizem que mais de cem palestinos foram colocados por soldados israelenses em um prédio. Os soldados teriam pedido que as pessoas não deixassem o local. No dia seguinte, o prédio foi atacado.

Ajuda humanitária

Nesta sexta-feira, a ONU anunciou que irá retomar suas operações de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, após ter recebido garantias do governo israelense sobre a segurança de seus funcionários.

Na quinta-feira, a ONU havia decidido interromper suas operações no território devido ao perigo que seus funcionários correm com os bombardeios israelenses, depois que um motorista da agência foi morto em um ataque contra um comboio.

"A ONU recebeu garantias de que a segurança de seu pessoal, suas instalações e operações humanitárias será totalmente respeitada", disse a porta-voz Michelle Montas, em Nova York.

Segundo a porta-voz, a ONU recebeu a garantia de que haverá uma "coordenação interna mais eficaz" dentro do Exército israelense.

"Com base nisso, a movimentação de pessoal das Nações Unidas, suspensa ontem (quinta-feira), será retomada o mais rápido possível", afirmou Montas.

A porta-voz disse ainda que a ONU irá manter as condições de segurança de seus funcionários em Gaza sob constante avaliação.


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