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Chagas se diz perseguido; Ministério Público confirma provas robustas

De Sinop - Alexandre Alves

O vereador e ex-presidente da Câmara de Sorriso (412 km de Cuiabá), Chagas Abrantes (PR), disse, nesta sexta-feira (17), à imprensa local, logo após ser preso por policiais do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), na Operação Decoro, que “isso foi porque ameacei o secretário Santinho, dizendo que ele tem família”. Chagas deu entrevista coletiva ontem e falou que Santinho está perseguindo-o.

Conforme Olhar Direto informou em primeira mão, Chagas, a esposa dele e administradora de uma emissora de TV, Filomena Maria Alves do Nascimento Abrantes, e os vereadores Gerson Luiz Frâncio, o “Jaburu” (PSB) e Roseane Marques de Amorim, foram encaminhados para a sede da Polinter em Cuiabá onde permanecerão à disposição do Juízo da vara do Crime Organizado. A acusação é que eles cometeram extorsão contra o prefeito Chicão Bedin (PMDB).

O promotor do Gaeco, Sérgio Silva da Costa, em entrevista coletiva esta manhã, disse que as provas são robustas contra os envolvidos. A investigação já tem mais de mil páginas e dezenas de gravações “O MP periciou as gravações e não há qualquer questionamento, as provas são lícitas e contundentes”, falou Sérgio.

O promotor de Sorriso, Carlos Roberto Zarour Cesar, disse que a juíza da Vara do Crime Organizado em Cuiabá concluiu que todas as provas são licitas e, após ouvir os acusados, poderá processá-los por improbidade administrativa. “Os vereadores podem perder o mandato e a TV pode ficar impossibilitada de contratar com o poder público”, completou Zarour.

Segundo as investigações, o grupo é acusado de cobrar propina, nos valores que variam de R$ 50 mil a R$ 500 mil, do prefeito Chicão Bedin, do secretário de Indústria e Comércio, Santinho Augusto Salermo e do procurador do Município Zilton Mariano de Almeida. As gravações obtidas pelo MP apontam que os parlamentares ameaçavam reprovar as contas da prefeitura referente ao exercício de 2009 - como foi reprovada e depois anulada pela Justiça.

Os denunciados Chagas Abrantes e Filomena foram flagrados exigindo o repasse de verba mensal entre R$ 8mil e R$ 10mil que seriam direcionados à emissora de televisão de propriedade do casal, como espécie de venda da mídia à Prefeitura. O acordo consistia em que os programas de televisão parassem de fazer críticas que desabonassem a imagem política do prefeito.

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Foto: MT Notícias
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